Valter Filipe será ouvido na quarta-feira porque, segundo o juiz principal, "há muitas questões a colocar ao réu".

"Vamos suspender a sessão, pelo adiantado da hora. Podíamos começar a ouvir o réu Valter Filipe, mas como já estamos no período da tarde, convém começarmos na quarta-feira, dia 18, disse o venerando Juiz principal João da Cruz Pitra.

"Se começarmos agora, e pelo número de questões que tenho a fazer e que os meus conselheiros também têm, não terminaremos hoje. Portanto, fica suspensa a audiência e vamos ouvi-lo na quarta-feira às 9:00", concluiu.

Durante a manhã, o tribunal terminou a audição de António Samalia Bule Manuel, que, realçou que o fundo de investimento era arriscado e não se pode afirmar que os rendimentos teriam retorno, uma vez que não se chegou a concretizar.

Perguntado se o BNA, ao celebrar o contrato, estava ciente de que o fundo de 1,5 mil milhões USD podia não ter rendimento, respondeu que isso dependia das condições de marcado.

"O capital estava garantido, mas os rendimentos desse investimento não se pode afirmar que estivessem assegurados porque não se chegou ao mercado", disse.

Questionado se o então Presidente República, José Eduardo dos Santos, teve acesso a todo dossier, disse não saber, uma vez que não é a pessoa indicada para responder a essa questão. António Samalia Bule Manuel reiterou que não teve envolvimento directo nas negociações que o BNA e o consócio estrangeiro firmaram, uma vez que não lhe foi atribuída qualquer responsabilidade durante os encontros de Londres e de Lisboa.

O antigo diretor do Departamento Gestão de Reserva do Banco Nacional de Angola (BNA), está a ser julgado pelos crimes de peculato, branqueamento de capitais e por burla por defraudação.