A nova entidade será coordenada pelo ministro de Estado e Chefe da Casa Civil do Presidente da República, Frederico Manuel Cardoso, indica uma nota da Casa Civil do Presidente da República.
De acordo com a informação, divulgada ontem, 20, o comité será igualmente composto pelos ministros da Defesa Nacional, do Interior, do Ambiente e da Hotelaria e Turismo, e pelo secretário do Presidente da República para os Assuntos Locais e Regionais.
A nota refere ainda que a estrutura será apoiada por uma Unidade Técnica coordenada pelo ambientalista Vladimir Russo, em representação da Fundação Kissama, integrando igualmente o coordenador do projecto nacional de preservação da palanca negra gigante, Pedro Vaz Pinto, Jesus António Manuel, um representante do governo provincial de Malanje e outro do Instituto Nacional de Biodiversidade e Áreas de Conservação.
"O Comité Executivo ora criado pelo Chefe de Estado vai funcionar pelo período de três anos, devendo as suas actividades ser financiadas pelo Fundo do Ambiente e por outras fontes, internas ou externas, que vierem a ser identificadas ou convencionadas, nos termos da Lei", conclui o comunicado da Casa Civil.
Santuário turístico e instituto em Malanje
A estrutura junta-se aos previamente anunciados planos do Ministério do Ambiente para a construção de um santuário turístico na província de Malanje, habitat natural da palanca negra, e destino de um instituto para estudar, gerir, conservar e proteger esta espécie.
A iniciativa, segundo a titular da pasta do ambiente, Fátima Jardim, "vai facilitar a troca de experiências entre parceiros na salvaguarda da espécie, existente apenas no Parque de Cangandala, província de Malanje".
De acordo com a ministra, "a Palanca Negra Gigante transformou-se num símbolo não só nacional, como também universal, o que implica a criação de um órgão encarregue pela continuidade da espécie", que integra a lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais como estando em perigo crítico de extinção.
Refira-se que das menos de 100 palancas negras gigantes que se estima ainda viverem em Angola, apenas cerca de 40 exemplares, distribuídos por duas manadas, são controlados pelas autoridades nacionais no Parque Nacional de Cangandala, criado em 1970, e com uma área de 630 quilómetros quadrados.