Dos 139 USD a que chegou logo nos primeiros dias deste conflito, que envolve um dos maiores produtores/exportadores de crude e gás natural do mundo, a Rússia, com a União Europeia e os EUA a aplicarem a Moscovo o mais pesado pacote de sanções alguma vez definido para um único país, aos 109 que valia hoje, 14, perto das 10:10, hora de Luanda, o barril de Brent, que define o valor médio das ramas exportadas por Angola, está agora a reajustar-se à realidade, sempre definida pela guerra, depois de sinais importantes de que a paz é, cada vez mais, a prioridade de ucranianos e russos.

De 07 de Março, quando o barril chegou aos 139 USD, apenas a oito dólares do máximo de sempre, 147, alcançados em Julho de 2008, até hoje, 14 de Março, o barril já esvaziou 30 dólares, com os analistas a admitirem que possa esvaziar ainda mais nas próximas horas se se vier a confirmar que as negociações entre as delegações dos dois beligerantes, que hoje se encontram via digital, avançam para um patamar de não retorno rumo à paz, o que será alcançado quando ficar claro que os dois Presidentes, Vladimir Putin, da Rússia, e Volodymyr Zelensky, da Ucrânia, se vão encontrar para definir o "road map" para o fim das hostilidades.

Para já, o que fica claro é que o que a guerra "deu", especialmente, aos países exportadores, como Angola, cujo barril a estes valores é um importante impulso ao ataque à crise que o País enfrenta, porque o crude é ainda 95% do total das exportações nacionais, mais de 30% do PIB e mais de 60% das despesas correntes do Estado, a guerra está a "tirar", porque, à medida que as armas se calarem, a matéria-prima esvazia-se da sua importância estratégica para a economia global.

No imediato, esta ascensão do barril nos gráficos dos mercados internacionais é fruto do risco de a Rússia, que produz, devido às restrições da OPEP+, perto de 8 milhões de barris por dia (mbpd), mas com potencial de chegar aos 11 mbpd, além de ser um dos maiores produtores de gás natural do mundo, ver a sua produção sem mercado devido à sanções - os EUA já proibiram as importações mas a União Europeia, a China e a Índia recusam fazê-lo -, mas com o fim, eventual, do conflito, ou, pelo menos, uma abertura sólida nesse sentido, os efeitos nos mercados serão no sentido de uma descida tão vertiginosa como foi a subida.

O barril de Brent valia esta manhã, perto das 10:30, hora de Luanda, 109,14 USD, menos 3,14% que no fecho de sexta-feira, enquanto no WTI, em Nova Iorque, o comportamento era semelhante, à mesma hora, valendo 105,11 USD, menos 3,85% que no encerramento da anterior sessão.