Lula da Silva acusou Israel de estar a conduzir um genocídio em Gaza, comparado as acções das Forças de Defesa de Israel (IDF) semelhantes às de Adolf Hitler durante a II Guerra Mundial com o extermínio de milhões de judeus e outros povos considerados inferiores pelos nazis alemães durante o Holocausto.
Depois de chamar o embaixador do Brasil em Israel para um puxão de orelhas diplomático, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Israel Katz, emitiu um comunicado onde diz que Telavive não vai esquecer as palavras de Lula da Silva e que se trata de um assunto muito sério.
"É um ataque antisemita grave. Em nome do povo de Israel, consideramos o Presidente do Brasil `persona non grata" do Estado de Israel até que retire as acusações de fez", disparou Israel Katz na nota diplomática.
Recorde-se que, durante o fim de semana, Lula da Silva, na linha do que vêm dizendo países como a África do Sul, que levou Israel ao Tribunal de Justiça Internacional (TIJ) da ONU por essa mesma razão, acusado de genocídio, e que o Tribunal com sede em Haia, não refutou (ver aqui), disse que o que se está a passar em Gaza é algo sem paralelo na História.
"O que Israel está a fazer ao povo palestiniano em Gaza nunca foi visto em nenhum momento da História, excepto naquilo que Hitler fez aos judeus na Segunda Guerra Mundial. O que se passam em Gaza não é uma guerra, é genocídio!", acusou o Presidente brasileiro, referindo-se aos mais de 30 mil civis mortos e 69 mil feridos durante os quatro meses de ataques bárbaros israelitas sobre Gaza em resposta ao assalto do Hamas ao sul de Israel a 07 de Outubro, onde foram mortos 1200 israelitas.
Pelo menos 90 mortos em Gaza após ataques israelitas durante a noite
Pelo menos 90 civis de Gaza foram mortos na última noite e dezenas ficaram feridos na sequência de bombardeamentos israelitas em diferentes zonas do enclave palestiniano.
No centro da Faixa de Gaza, pelo menos 70 pessoas foram mortas em ataques contra os campos de refugiados de Nuseirat, Maghazi e Bureij.
A cidade de Deir al-Balah e a aldeia de Zuwaida também foram atingidas, indicou hoje a agência noticiosa palestiniana Wafa.
"Os bombardeamentos israelitas visaram igualmente os bairros de Shujaiya, Zaytoun, Tel al Hawa e Sheikh Ijlin, na cidade de Gaza", acrescentou a agência.
Os projécteis lançados pelos aviões de guerra israelitas atingiram três casas no bairro de Zaytoun "causando mortos e feridos", que neste caso ainda não foram contabilizados.
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No bairro de Rimal, na parte ocidental da cidade de Gaza, os aviões israelitas atingiram pelo menos duas casas ferindo seis pessoas que foram levadas para o hospital Shifa, informou a agência Wafa.
No sul do enclave, 16 corpos foram levados para hospitais em Khan Younis, onde se concentram combates.
Cinco corpos, na maioria crianças, foram recuperados dos escombros de um bombardeamento israelita no norte do enclave.
O Exército israelita anunciou no domingo que tinha neutralizado uma brigada do Hamas em Khan Younis, onde tem conduzido operações militares desde quinta-feira no interior do hospital Nasser.
O assalto israelita obrigou à retirada de mais de 10 mil deslocados que se refugiaram no hospital, onde Israel afirma ter detido mais de 200 alegados combatentes do Hamas.
O outro hospital de Khan Younis, Al Amal, está cercado há 27 dias.
O Crescente Vermelho Palestiniano acusou Israel de estar a bloquear a chegada de combustível e medicamentos ao complexo hospitalar.
Em Rafah, no extremo sul da Faixa de Gaza, onde a ofensiva terrestre israelita é esperada nas próximas semanas, Israel bombardeou várias casas nos bairros de Khirbet al Adas e Al Shaboura, no centro da cidade.
A Marinha de Guerra israelita disparou projécteis que atingiram a zona onde estão instaladas as tendas dos deslocados - na parte ocidental da cidade -, ferindo vários habitantes, indicou a Wafa.