Numa analogia com a frase - "parece que as notícias da minha morte foram manifestamente exageradas" - do escritor norte-americano Mark Twain quando foi, erradamente, noticiada a sua morte nos jornais, também Muhammadu Buhari se viu na obrigação de vir lembrar o claro exagero do que estava a ser dito e escrito sobre a sua condição nas redes sociais.
Buhari, de 75 anos, chegou a estar ausente da vida pública por um longo período, mais de cinco meses, no último ano, devido a doença, tendo sido mesmo evacuado para o Reino Unido, onde esteve em tratamento médico.
Foi neste contexto que começaram a surgir relatos de que teria morrido e, secretamente, substituído por um indivíduo originário do Sudão que com ele teria claras semelhanças físicas.
Inicialmente ignorados pelo próprio, a dimensão dos rumores adquiriu tal dimensão que Buhari se viu obrigado a vir a público dizer que as "notícias" da sua morte são claramente um exagero, porque o próprio o estava a garantir.
A pressão para este inusitado e raro desmentido aumentou, como recorda a imprensa nigeriana, quando os seus adversários políticos, especialmente nas eleições presidenciais de Fevereiro de 2019, também alinharam na divulgação dos rumores sobre a sua morte.
A frase que Buhari proferiu para atestar a sua permanência entre os vivos não contém a extensão de humor daquela de Mark Twain, mas é igualmente irónica: "É o verdadeiro eu, garanto-vos".
E depois, a partir da Polónia, onde se encontra a participar numa Cimeira sobre clima, afirmou que vai fazer 76 anos e estará "ainda mais forte" e que apenas os seus netos, que são "cada vez mais", o conseguem pressionar.
"Muitos desejavam que eu morresse quando estive doente, e alguns até tentaram fazer com que o Vice-Presidente os escolhessem para o lugar de seu futuro Vice porque assumiram que eu tinha morrido.
Buhari foi eleito Presidente em 2015, depois de se ter candidatado sem sucesso em 2003, de novo em 2007 e ainda em 2011, mas surge para as eleições de 2019 com boas perspectivas de uma reeleição.
Este general do Exército nigeriano já foi Chefe de Estado entre 1983 e 1985, ano em que foi deposto por um golpe de Estado. Tinha chegado ao poder igualmente através de um golpe militar.