Para já, segundo os media internacionais que citam as agências iranianas de notícias, o helicóptero, um Bell 412, de fabrico norte-americano, que transportava Ibrahim Raisi e Hossein Amir-Abdollahian, o chefe da diplomacia iraniana, perto das 18:00, hora de Luanda, não tinha ainda sido encontrado.

O mau tempo, denso nevoeiro e chuva intensa, na altura do acidente, e que está a dificultar as operações de resgate, é a causa provável para aquilo a que os media locais começaram por denominar por uma "aterragem forçada" e depois começou a ficar claro que se tratou de uma queda do aparelho, embora sem que fosse claro o grau de gravidade deste incidente.

Há, contudo, um elemento que começa a permitir a possibilidade de se ter tratado de um despenhamento violento, porque, segundo um especialista citado pela BBC, o helicóptero (na imagem) usado por Raisi nas suas deslocações, possui um aparelho de GPS e elementos de identificação de localização especiais que só não estão a permitir encontrar a aeronave por duas razões prováveis.

Ou, apontou este especialista citado pela BBC, se trata de um local sem cobertura de nenhuma forma ou se tratou de um acidente de extrema gravidade que destruiu esses mesmos sistemas de localização, que, naturalmente, são criados com garantia de várias redundâncias.

Esta situação é de grande importância regional e global por se tratar de um Presidente de uma potência militar regional mas também por causa da tensão que emerge da guerra em Gaza e do conflito de décadas que opõe israelitas e iranianos, directamente, como aconteceu a 14 de Abril, ou indirectamente, através dos "proxys" de Teerão, como Hezbollah, Hamas e Houthis.

A Al Jazeera avançou ainda que a situação é de extrema gravidade e que na Casa Branca, em Washington, o Presidente Joe Biden está a ser informado ao minuto dos desenvolvimentos que chegam do nordeste do Irão, junto à fronteira com o Azerbaijão.

No sistema político iraniano, o Presidente é a segunda figura do Estado, que tem o aiatola Ali Khamenei como líder supremo, sendo evidente a tensão em Teerão que se vive neste momento, até porque o Conselho de Segurança do país foi de imediato convocado assim que se soube do acidente.

Segundo a Al Jazeera, esta convocação do Conselho de Segurança é revelador da gravidade que esta situação apresenta, e risco, porque este órgão raramente reúne e quando isso acontece, é porque se trata de um assunto de elevada importância.

É, por isso, claro que se trata de algo mais sério que aquilo que está a ser passado oficialmente para os media locais e internacionais.

Em cima da mesa está seguramente determinar as causas deste acidente, porque, além do mau tempo, de um ataque externo ou interno, pode ser uma falha gerada por deficiente manutenção, visto que, devido às sanções internacionais lideradas pelos EUA, todas as aeronaves de fabrico ocidental são mantidas operacionais com extremas dificuldades, devido à inexistência de peças de substituição, por exemplo,

Se se tratar de mais que um mero acidente, recorde-se, não seria a primeira vez que ocorre uma tentativa de assassinato de um Presidente iraniano e o próprio aiatola Ali Khamenei foi alvo de uma tentativa de assassinato em 1981.

Além disso, Israel e os Estados Unidos já mataram vários líderes iranianos, desde o chefe da Guarda Revolucionária, General Qassem Soleimani, em 2020, passando por vários cientistas ligados ao programa nuclear iraniano, aos generais de topo do corpo de elite a 01 de Abrio último, na embaixada em Damasco, Síria, que levou ao contra-ataque a Israel a 13 e 14 de Abril.

Se esta situação não for clarificada rapidamente, até porque o mau tempo barra o uso de meios aéreos para as buscas que estão a decorrer numa zona muito montanhosa e por equipas apeadas, outra consequência inevitável deste "acidente" será um novo turbilhão nos mercados petrolíferos.