Os primeiros estrangeiros a deixarem Wuhan foram japoneses, cerca de 200, e norte-americanos, cerca de 250, em aviões que obtiveram permissão das autoridades de Pequim para aterrar no aeroporto da cidade.
Por outro lado, mais 250 franceses que vivem na cidade de Wuhan, com 11 milhões de habitantes, alemães ou portugueses estão a ser retirados no âmbito de uma acção concertada pela União Europeia, podendo esta evacuação abranger duas dezenas de cabo-verdianos, depois de o Governo da Praia ter feito um pedido a Portugal nesse sentido.
As pessoas que estão a deixar a China nestas evacuações são obrigatoriamente submetidas a baterias de testes para despistar eventuais contaminações nos seus países e a Austrália, que também já iniciou o processo de repatriamento, decidiu mesmo colocar todos os repatriados em quarentena numa ilha até ficar claro que não transportam o vírus nos seus organismos.
Isto, porque este coronavírus distingue-se das anteriores epidemias localizadas na China ou pandemias, como sucedeu em 2002, com o SARS, e em 2012, como o MERS, na Arábia Saudita/Médio Oriente, pelo facto de ser transmissível de humano para humano logo no período de incubação, sem sintomatologia associada, o que dificulta muito o trabalho das equipas sanitárias.
Para já, Angola não está entre os países que estão a retirar os seus cidadãos, nem existe indicação da embaixada em Pequim de que isso poderá acontecer em breve, tendo os serviços da representação diplomática angolana avançado como medida adequada que os angolanos no país sigam as indicações das autoridades chinesas, alegando impossibilidade de fazer chegar ajuda a Wuhan devido às restrições associadas à quarentena.
Os estudantes de Wuhan, no entanto, já disseram, via redes sociais, que estão a atravessar uma situação dramática, com casos de fome, por ser impossível descobrir locais de venda de comida com bens alimentares disponíveis nas prateleiras.
SItuação pode agravar-se
Até ao momento já foram confirmadas cerca de 140 mortes em mais de 4.000 casos confirmados oficialmente pelas autoridades chinesas.
Mas Angola, tal como outros países, alguns decidiram mesmo, como o Reino Unido, interromper as ligações aéreas com a China, tem pela frente uma situação melindrosa e que decorre do facto de muitos dos mais de 250 mil chineses que compõem a comunidade daquele país em Angola estarem agora aregressar depois de terem ido à sua terá natal para as festividades do Ano Novo Lunar, a maior festa do país, que leva a que milhões de pessoas atravessem os cinco continentes, o que gera uma clara situação de risco para a disseminação deste perigoso coronavírus.
O Governo de Luanda, através do Ministério da Saúde, já garantiu que foram accionados os mecanismos adequados para despistagem de potenciais contaminações à chegada ao Aeroporto 4 de Fevereiro bem como noutros pontos de chegada ao país.
Entretanto, a Organização Mundial de Saúde (OMS), fortemente pressionada pelo Governo chinês, ainda não lançou um alerta de saúde global, apesar de o vírus não parar de ganhar espaço no mapa mundial da sua presença já confirmada.
Mas a OMS não deixou de lançar alertas a todos os países em situação de maior vulnerabilidade e exposição, como é o caso de Angola, para a urgência de accionar planos de acção adequados, nomeadamente nos hospitais, que devem estar preparados para lidar com eventuais focos da doença, determinando que o nível de contágio é agora alto.
Enquanto isso, a China, que, apesar das medidas draconianas, como as cidades em quarentena e as limitações nas deslocações internas, não parece estar a conseguir estancar a disseminação do vírus e já aceitou que a OMS envie para o território dezenas de técnicos para ajudar a combater a pandemia.
Uma das questões mais prementes, segundo os especialistas, incluindo virologistas citados pelas agências em todo o mundo, é que existe uma desconfiança de que o vírus tenha contaminado humanos através de animais selvagens, mas ainda não foi encontrado a fornte primordial da infecção humana.
Descobrir qual foi a espécie animal que gerou o problema é essencial para garantir que se estanca com eficácia esta epidemia que está rapidamente a evoluir para uma pandemia mortal, visto que, resumem os especialistas, para debelar o vírus é essencial tratar a doença na fonte que é essa ou essas espécies animais.
A melhor hipótese divulgada até hoje é que se trate de uma espécie de cobra, rato ou de morcego, animais que integram a dieta alimentar em várias regiões da China.