Apesar deste desaire, de onde sobressai a perda de lugares devido à votação da província de Luanda maioritariamente na UNITA, dirigentes do MPLA como João Pinto ou Tomas da Silva ou ainda Manuel da Criz Neto, e Maria de Lurdes Caposso ou Nvunda Salucumbo, aguardam uma oportunidade com a constituição do futuro Executivo, para o qual alguns dos eleitos serão agora cooptados.
Nesta legislatura, o partido no poder reforçou a sua lista com novos candidatos, com destaque para Nhanga de Assunção, Belarmino Van-Dúnem, Leonel Rocha Pinto e Celso Malavoloneque. que também não foram eleitos mas alguns podem ainda acabar por conseguir um assento na Assembleia Nacional.
Esta expectativa resulta do facto de um número aproximado de 30 elementos agora eleitos para deputados vai ser cooptado para ocupar cargos no Executivo ou outros lugares com funções incompatíveis com a função de deputado, como, por exemplo, governadores provinciais.
"O MPLA obteve 67 deputados na lista nacional, estando entre os efectivos dos 130 da lista pelo círculo nacional, para entrar terão de sair para o Executivo Central ou Local pelo menos 30 eleitos em funções incompatíveis", disse ao Novo Jornal uma fonte do partido no poder
"Com a constituição do novo Executivo, muitos destes ex-deputados e candidatos a deputados, poderão fazer parte do Grupo Parlamentar do MPLA", acrescentou a fonte da direcção do MPLA.
Os resultados definitivos confirmam vitória do MPLA com maioria absoluta nas eleições gerais de 24 de Agosto, assegurando a João Lourenço um segundo mandato na Presidência da República de Angola.
O MPLA obteve 51,17 por cento e 124 deputados e a UNITA 43,96 por cento e 90 deputados.
Entre os partidos mais pequenos, foi o PRS quem chegou mais forte, em 3º, com 1,14%, seguindo-se a FNLA, com 1,06%, a PHA, com 1,02%. Todos estes partidos com dois deputados eleitos garantidos.
A CASA-CE com 0,76%, a APN com 0,48 por cento e PJANGO com 0,42% dos votos não conseguiram qualquer assento parlamentar.
Dos mais de 14 milhões de eleitores inscritos, votaram 6.454.109, o que corresponde a 44,82%, e não votaram mais de sete milhões, correspondendo a 55,18% de abstenção.
O líder da UNITA, Adalberto Costa Júnior, já anunciou que não reconhece estes resultados e deverá agora seguir-se um período de forte contestação nos tribunais enquanto João Lourenço anunciou que a "vitória inequívoca" de 24 de Agosto lhe vai permitir governar "com toda tranquilidade".