O porta-voz da CNE, já na fase final dos trabalhos da Comissão que levou à reunião da reunião plenária, na terça-feira, explicou aos jornalistas que os elementos do órgão se debruçaram sobre três questões à margem dos resultados do pleito.

Lucas Quilundo, anunciou que a CASA-CE, pretendia, na sua reclamação, que a CNE fizesse a afixação das actas sínteses nas assembleias de voto

"E é claro que não tendo o requerente indicado, como determinada a lei orgânica das eleições gerais, que impõe a necessidade de fundamentação e provas dos factos que alega, o plenário da CNE indeferiu esta reclamação", disse ao jornalistas, citado pela Lusa.

Duas reclamações da UNITA foram igualmente apreciadas e indeferidas pelo plenário do órgão eleitoral.

"Uma segunda reclamação da UNITA, subscrita pelo seu mandatário, pretendia-se que se pudesse constar ou fazer-se consignar na acta do apuramento das eleições gerais uma reclamação", explicou Lucas Quilundo,

A recusa, argumentou o comissário nacional da CNE, "deveu-se do facto da mesma ter sido colocada fora de tempo, ou seja, a intenção do mandatário da UNITA em fazer constar da acta a sua reclamação que na altura se desconhecia".

"Não pode ser atendida na medida em que a acta de apuramento nacional já se encontrava aprovada sem qualquer contestação pelo que a matéria não poderia constar", salientou, sempre citado pela Lusa.

O plenário da CNE indeferiu ainda uma reclamação da UNITA, subscrita pelo seu mandatário junto da Comissão Provincial Eleitoral do Moxico, leste de Angola, que pretendia ver corrigidos resultados obtidos pelo seu partido naquele círculo eleitoral.

"E não foi atendida por falta de legitimidade deste mandatário, na medida em que sendo ele do Moxico não tem legitimidade para arguir junto do plenário da CNE e por esses factos, as mesmas foram liminarmente indeferidas", sustentou Lucas Quilundo.

O Partido de Renovação Social (PRS) conquistou dois assentos no parlamento ao somar 1,14% de votos dos eleitores, mesmo número de deputados conquistaram a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) e o Partido Humanista de Angola (PHA) com 1,06% e 1,02% de votos, respectivamente.

Os resultados finais definitivos confirmaram a vitória do MPLA com maioria absoluta nas eleições gerais de 24 de Agosto, assegurando a João Lourenço um segundo mandato na Presidência da República de Angola.

O MPLA obteve 51,17 por cento e 124 deputados e a UNITA 43,96 por cento e 90 deputados.

Entre os partidos mais pequenos, foi o PRS quem chegou mais forte, em 3º, com 1,14%, seguindo-se a FNLA, com 1,06%, a seguir o PHA, com 1,02%. Todos estes partidos com dois deputados eleitos garantidos.

A CASA-CE com 0,76%, a APN com 0,48% e o P-NJANGO com 0,42% dos votos não conseguiram qualquer assento parlamentar.

Dos mais de 14 milhões de eleitores inscritos, votaram 6.454.109, o que corresponde a 44,82%, e não votaram mais de sete milhões, correspondendo a 55,18% de abstenção.

O líder da UNITA, Adalberto Costa Júnior, já anunciou que não reconhece estes resultados e deverá agora seguir-se um período de fonte contestação nos tribunais enquanto João Lourenço anunciou que a "vitória inequívoca" a 24 de Agosto lhe vai permitir governar "com toda a tranquilidade".