Segundo os líderes destes dois principais partidos da oposição, essa também "é uma forma dos eleitores respeitarem o seu voto, depositado no partido do seu coração".

"Há países vizinhos que realizaram recentemente eleições que culminaram com a alternância do poder e agiram desta foram. Apelamos aos eleitores angolanos para fazerem a mesma coisa no dia 24 de Agosto", disse o presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior.

De acordo com o líder da UNITA, não obstante a Lei Eleitoral impor várias limitações, a começar pelo lugar onde se faz o apuramento dos votos, os eleitores devem encontrar outras posições para fiscalizarem o seu voto.

"A Lei Eleitoral não permite, por exemplo, o apuramento municipal, nem provincial. Permite apenas o apuramento nacional. Os eleitores interessados na alternância do poder podem encontrar uma posição para acompanharem a contagem de votos", acrescentou.

Na opinião do presidente da CASA-CE, Manuel Fernandes, qualquer cidadão pode fiscalizar as eleições desde que seja cumprida a Lei Eleitoral.

"O povo é chamado a fazer parte desta festa da democracia. O povo deve fiscalizar aquilo que é a sua decisão manifestada nas urnas", disse o político, frisando que embora a Lei Eleitoral proíba pessoas junto das urnas na contagem de votos, "elas podem estar a 100 metros de distância".

Apontou que o facto de os recursos financeiros disponibilizados aos partidos concorrentes às eleições não serem suficientes vai dificultar a actuação dos eleitores na fiscalização das eleições.

"No caso da CASA-CE, tudo estamos a fazer para que os nossos delegados marquem presença nas 13.238 mesas", referiu, apelando aos eleitores para estarem atentos a "possíveis manobras" no dia de voto.

"Apelamos ainda os eleitores a não abandonarem as mesas de voto sem a afixação de actas", concluiu.

Refira-se que as eleições gerais terão lugar no dia 24 de Agosto.

Estão autorizados a concorrer os partidos MPLA, UNITA, PRS, FNLA, APN, PHA e P-NJANGO e a coligação CASA-CE.

Do total de 14.399 milhões de eleitores esperados nas urnas, 22.560 são da diáspora, distribuídos por 25 cidades de 12 países de África, Europa e América.

A votação no exterior terá lugar em países como a África do Sul (Pretória, Cidade do Cabo e Joanesburgo), a Namíbia (Windhoek, Oshakati e Rundu) e a República Democrática do Congo (Kinshasa, Lubumbashi e Matadi).

Ainda no continente africano, poderão votar os angolanos residentes no Congo (Brazzaville, Dolisie e Ponta Negra) e na Zâmbia (Lusaka, Mongu, Solwezi).

Fora do continente, o voto estará aberto à diáspora angolana no Brasil (Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo), na Alemanha (Berlim), na Bélgica (Bruxelas), em França (Paris), no Reino Unido (Londres), em Portugal (Lisboa, Porto) e nos Países Baixos (Roterdão).