André da Silva Neto falava à imprensa, em Luanda, no final de uma reunião sobre a segurança do processo eleitoral promovida pelo Ministério do Interior, juntamente com os partidos concorrentes às eleições.
"Neste momento, os convites estão a ser endereçados a todos os observadores internacionais e quero aqui reiterar a nossa firme vontade de ver a União Europeia envolvida nesse processo", disse André da Silva Neto.
Acrescentou que a CNE enviou o convite à União Europeia "em devido tempo", insistindo que "não há qualquer atraso".
Estas afirmações vêm a propósito das declarações da eurodeputada Ana Gomes que assegurou, numa entrevista à DW África, ter recebido a informação de que o convite chegou apenas no dia 4 de Julho e que "não é explícito quanto às condições exigidas pela UE para o desempenho das funções das missões de observação no que toca às garantias da independência de acesso a todas entidades e localidades, etc".
Ana Gomes chegou mesmo a acusar o Governo de má vontade: "Se o Governo angolano escolheu apresentar o convite tão tardiamente, inclusivamente depois de uma missão de peritos eleitorais que a UE enviou para Angola e nem sequer no convite reuniu as condições básicas, que sabe perfeitamente que são exigidas pela UE porque são padrões para qualquer país onde a UE vá observar, então a minha conclusão é que, de facto, não havia vontade política nenhuma das autoridades angolanas convidarem a UE para observar as eleições.
"E fazem agora este gesto apenas para fingir que fazem, mas efectivamente não querendo viabilizar nenhuma missão de observação eleitoral que, neste momento, parece que não é viável", acrescentou a eurodeputada.
O presidente da CNE diz que "ainda há tempo para dialogar".
"É nossa vontade que a mesma (UE) esteja presente na observação deste processo. As limitações de convites para observadores internacionais estão previstas por lei", rematou.