O documento da ONU alerta para o problema da desigualdade de género na luta contra a Sida em diferentes regiões do mundo, nomeadamente o seu impacto nas mulheres na África subsaariana, onde as adolescentes entre os 15 e os 19 anos correm duas vezes mais o risco de serem infectadas do que homens da mesma faixa etária. Aliás, cerca de 63% das novas infecções por VIH na região dizem respeito a mulheres, um aumento de quase 10 pontos percentuais do que nas estatísticas globais.
Alarmante é também o facto de 15% de todas as mortes no ano passado ocorreram entre crianças com menos de 14 anos, apesar de representarem menos de 15% das pessoas a viver com o VIH no mundo.
Em todo o mundo, segundo as estatísticas, existem 38,4 milhões de pessoas que vivem com VIH - mais 1,5% de que em 2020, quando a doença afectava cerca de 37,8 milhões de pessoas.
O número total de novas infecções no ano passado foi idêntico ao registado em 2020, aponta o relatório, enquanto as mortes caíram 5,79%.
Apesar disso, as novas infecções caíram mais de metade (54%) desde o pico da doença, em 1996, enquanto as mortes desceram 32% desde 2004 - ano em que dois milhões de pessoas perderam a vida devido à Sida.
O relatório destaca ainda que quase dois terços das infecções globais ocorreram por contacto sexual entre pessoas pertencentes a grupos de risco (profissionais do sexo, homens que fazem sexo com homens, usuários de drogas injectáveis e pessoas transexuais).
Um outro dado relevante é que em 2021 aumentou o número de pessoas com acesso à terapia antirretroviral, que subiu 5,22%, chegando a 28,7 milhões de pessoas tratadas.
A África Oriental e Austral responde por quase metade do total de casos de Sida no mundo: 20,6 milhões, dos quais 78% têm acesso ao tratamento antirretroviral.