A província de Benguela, com 25.625 testes realizados, obteve 218 resultados positivos; a Huíla, com 1.080 testes, obteve 229 positivos, e o Huambo, com 5.391 testes, teve 167 resultados positivos.
Segundo o director geral-adjunto do Instituto Nacional de Luta contra o SIDA (INLS), José Van-Dúnem, citado pelo jornal O País, o número de adultos testados foi de 1,9 milhões, com 47.694 positivos, que corresponde a 2,5 por cento.
Já os testes realizados em grávidas revelaram que entre 93.698 mulheres testadas, 14.263 deram positivo.
De lembrar que o Relatório Global sobre o VIH/Sida 2023, lançado no final do ano passado, revela que existem em Angola cerca de 310.000 pessoas a viver com o VIH/Sida e todos os anos são registadas 15.000 novas infecções e cerca de 13.000 mortes relacionadas com a doença. Os dados expõem que jovens entre os 15 e os 24 anos são o grupo que regista maior incidência (0,7%), sendo que nas jovens meninas e mulheres é de 1,1%, "quatro vezes superior aos rapazes (0,3%) e ainda mais crítica entre jovens mulheres na categoria população chave (prostitutas)".
O compromisso de Angola implementar as principais recomendações da Avaliação do Ambiente Jurídico para o VIH/Sida e o direito à saúde sexual reprodutiva, através do Plano Estratégico Nacional de Resposta ao VIH/Sida, Hepatites Virais e outros Infecções Transmissíveis Sexualmente 2023-2026, constam do eixo das preocupações da ONUSIDA.
O Programa Conjunto das Nações Unidas para o Combate do VIH/Sida destaca o aumento do diagnóstico (40%-93%) e tratamento (34%-79%) entre gestantes seropositivas, entre 2018 e 2022, como "principais progressos" registados por Angola.
Pouco investimento comunitário para a prevenção, estigma e discriminação, poucos recursos para conter a expansão da carga viral e a fraca adesão do tratamento antirretroviral pela deficiência do apoio social são apontados pela ONUSIDA como principais desafios para Angola.
Para o presidente da ANASO, António Coelho, o país precisa de "resolver os problemas da liderança política, dos dados, que são estimados e não representam a real situação do VIH/Sida, e dos fundos nacionais para o combate à doença".
"Se não resolvermos esses problemas não vamos conseguir acabar com a Sida como um problema de saúde pública até 2030", afirmou.