Sublinhando que as consequências da Covid-19 e a crise que surgiu no seu rasto podem ser desastrosas para um País pobre e fortemente endividado como Angola e que, ainda por cima, depende em grande medida das receitas petrolíferas, a Reuters admite que a actual situação pode colocar em causa um dos mais ambiciosos projectos de reformas económicas em África, em cujo horizonte estava limpar a corrupção e atrair investimento externo.
A queda abrupta do valor do petróleo nos mercados, para valores que não eram vistos há décadas, levou as "majors" a operar no País - Total, Chevron, ExxonMObil, BP e ENI - a travar a fundo no investimento em novas perfurações e na sua actividade normal.
A TOTAL, empresa francesa que é responsável por perto de 50% da produção angolana, admitiu que não vai realizar novas perfurações para produzir mais crude devido aos efeitos pandémicos, estando a colocar o foco na produção actualmente existente, parando a restante actividade ligada à perfuração "drilling", tal como "fizeram todas as restantes companhias a operar no País".
A Reuters cita ainda uma analista sénior da IHS Markit, uma empresa de abrangência global que fornece informação sobre o sector, Sarah McLean, onde esta afirma que desde que existe registo sobre a actividade em Angola, desde 1984, nunca sucedeu, como está a ocorrer hoje, a inexistência de uma única unidade de perfuração activa, quando a expectativa era que estivessem em actividade pelo menos 10 até ao fim de 2020.
A Reuters informa que nem o Governo nem a Sonangol se disponibilizaram para comentar esta notícia.