Dmitry Peskov, cuja longa ausência das funções em público estava a gerar curiosidade nos media ocidentais, disse, em declarações aos jornalistas, que a alusão ao envolvimento do Kremlin na queda do avião onde seguia Prigozhin, "é uma rotunda mentira".
Apesar de ainda não terem sido dissipadas todas as dúvidas sobre o desaparecimento definitivo de Evgeny Prigozhin (ver links em baixo nesta página), as referências recentes de Vladimir Putin à sua morte, estreitam a possibilidade de se ter tratado de uma morte ficcionada de forma a desaparecer de cena face aos riscos que vivia, especialmente desde a falhada intentona de 24 de Junho.
Peskov acusou o ocidente de apresentar este tipo de especulação, tanto o envolvimento possível do Kremlin, como um hipotético "teatro", com um "determinado prisma" cuja intenção é comprometer o Estado russo.
Entretanto, coincidência ou não, e quando nas redes sociais em grupo próximos do Grupo Wagner se multiplicam referências à necessidade de vingar a morte do líder, o chefe do Kremlin publicou um decreto onde impõe que os elementos de organizações paramilitares prestem juramento à Rússia tal e qual como o fazem as restantes unidades militares da Federação Russa.
Recorde-se que logo após a falhada tentativa de Prigozhin decapitar as cúpulas militares russas em finais de Junho, o Grupo Wagner foi obrigado a entregar o equipamento pesado e a integrar as fileiras das forças regulares russas, sendo dada oportunidade aos que assim o não desejassem, irem para casa sem outros compromissos.
Agora, com este episódio, ainda envolto em suspeita, desde logo como e porque é que caiu o avião, quem foi o responsável pelo atentado à bomba ou pelo disparo do míssil, e se o esquivo antigo líder do Grupo Wagner está efectivamente morto, até porque não seria a primeira vez que encenava a sua própria morte, aquilo que era uma imposição orgânica, passa a ser uma obrigação legal, ou seja, todos os grupos paramilitares estão condicionados a esse juramento de lealdade à Rússia.