Depois de ter feito um balanço da sua liderança à frente do MPLA - assumindo erros mas manifestando a convicção de que cumpriu o seu papel -, José Eduardo dos Santos direccionou a sua intervenção para os desafios que se colocam ao partido no poder.
"Em todas as vertentes de luta que visam aperfeiçoar a sociedade e garantir ao cidadão os seus plenos direitos, o MPLA situa-se sempre na linha da frente", sublinhou o ainda número 1 dos "Camaradas".
"Apesar de tudo, o partido MPLA é um edifício que nunca estará concluído, porque a dialéctica da vida exige que ele seja constantemente aperfeiçoado, a fim de fazer face às exigências de cada momento específico do desenvolvimento económico, social e cultural do país", salvaguardou o presidente do "Éme", na despedida da liderança partidária, exercida desde 1979.
José Eduardo dos Santos frisou que com o VI Congresso Extraordinário começa "a nova era" na vida do partido, lembrando que "o Comité Central e o novo presidente terão a incumbência de manter a rota do MPLA no rumo certo".
A missão "implica preservar os princípios e os valores do MPLA, manter a unidade e a coesão internas e estimular os militantes a aprimorar a organização", bem como "mobilizar o povo e o eleitorado" a fim de garantir novas vitórias.
"Deixo-vos o meu modesto legado, para que continuem a trilhar os caminhos preconizados pelas figuras cimeiras da nossa História recente, que estiveram na base da fundação e da construção do MPLA. Entre estas figuras, destaco a proeminente figura do Presidente António Agostinho Neto", disse o também ex-Presidente da República, reiterando a importância dos antecessores.
"Que se encontre nos mesmos o estímulo necessário para a vontade firme de se combater a pobreza e a exclusão, de se promover o bem-estar social e de preservar a paz e a estabilidade", salientou, antes de encerrar o discurso com palavras de agradecimento a todos os que o apoiaram no exercício da sua liderança.
Segundo José Eduardo dos Santos, foi esse apoio que viabilizou o "crescimento e fortalecimento" do MPLA.
"Trago-vos no coração, onde reservo um lugar especial para o povo angolano", rematou o ex-Chefe de Estado, reafirmando: "Estamos juntos e estaremos juntos no futuro".