A preocupação foi hoje apresentada pela CNE aos mandatários do MPLA, UNITA, CASA-CE, FNLA, PRS e APN pela porta-voz da CNE, Júlia Ferreira.
"Estamos a escassos dias da data das eleições e estamos receosos que depois haja alguma dificuldade de se fazer o credenciamento destes observadores, porque até ao momento não houve nenhuma resposta pontual, em termos gerais, decorrente do convite endereçado por alguns partidos políticos e coligações concorrentes", afirmou a responsável.
De recordar que o porta-voz da UNITA, Alcides Sakala, acusou, no fim do mês de Julho, a CNE de não ter feito seguir, "intencionalmente", os convites para os elementos do Partido Popular espanhol, propostos pelo partido para estarem em Angola como observadores eleitorais.
Na mesma altura, ao Novo Jornal Online fonte da CNE garantiu não ter recebido quaisquer propostas com nomes da UNITA nem admitiu que essa seja sua responsabilidade mas sim do partido, que os deveria ter, de mote próprio, enviado.
Cerca de mil observadores das eleições de 23 de Agosto estão já credenciados pela CNE. A data de início do processo foi domingo, 6, e a credenciação decorre até dia 18 deste mês.
Do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) a CNE recebeu uma lista de observadores da África, Europa e Ásia, onde figuram os partidos Frelimo, de Moçambique, SWAPO, da Namíbia, PCT, do Congo, MLSTP -PSD, de São Tomé e Príncipe, ZANU-PF, do Zimbabué, e ANC, da África do Sul, os partidos Comunista e Socialista, de Portugal, o Partido Socialista Operário Espanhol, bem como os partidos Comunistas da China e do Vietname.
A UNITA indicou como observadores o Partido de Renovação Social, da Guiné-Bissau, a Renamo, de Moçambique, o MLC, da República Democrática do Congo, o Partido Popular, de Espanha, a Fundação Conrado Wessel, do Brasil, e a Fundação Carter, dos Estados Unidos.
No dia 27 de Julho, Sakala avançou ao Novo Jornal Online que foi enviada pelo seu partido uma lista com 19 nomes, no dia 09 de Junho, com propostas para que a CNE fizesse, "como é da sua competência", chegar os convites a tempo de estas personalidades poderem estar no País desde o início da campanha eleitoral, a 22 de Julho, "o que não sucede".
Contactada no mesmo dia pelo Novo Jornal Online, a porta-voz da CNE, Júlia Ferreira, refutou a acusação da UNITA e garantiu que nunca recebeu qualquer lista com nomes propostos por este partido para a observação das eleições em Angola.