A razão para que a FNLA não se tenha ainda pronunciado, explicou o líder do partido ao Novo Jornal é que "uma boa parte das actas síntese estão com os delegados de lista que exigem o pagamento dos seus subsídios"
"Como é que vamos tomar uma posição no que diz respeito aos resultados", questiona Nimi a Nsimbi.
O político confessou que está a receber muitos telefonemas dos militantes, simpatizantes e amigos, alegando que o partido fundado pelo Holden Roberto está conformado com o resultado.
"Não estou conformado, mas sem actas síntese que argumentos vou apresentar à Comissão Nacional Eleitoral ou ao Tribunal Constitucional. Estamos a fazer tudo por tudo para ter acesso às actas e só a partir dai vamos ter um pronunciamento", acrescentou.
Questionado sobre os dois deputados que a FNLA conseguiu eleger, Nimi a Nsimbi respondeu que a reunificação tardia do partido que esteve divido muito tempo influenciou na redução de parlamentares.
"Para um partido histórico como é a FNLA, dois deputados são poucos. Com a nossa reunificação, nos próximos tempos, vamos trabalhar para aumentar num número considerável os deputados no parlamento", concluiu.
Nas eleições de 24 de Agosto, o MPLA obteve 51,17 por cento e 124 deputados e a UNITA 43,96 por cento e 90 deputados.
Entre os partidos mais pequenos, foi o PRS quem chegou mais forte, em 3º, com 1,14%, seguindo-se a FNLA, com 1,06%, a PHA, com 1,02%. Todos estes partidos com dois deputados eleitos garantidos.
A CASA-CE com 0,76%, a APN com 0,48 por cento e PJANGO com 0,42% dos votos não conseguiram qualquer assento parlamentar.
Dos mais de 14 milhões de eleitores inscritos, votaram 6.454.109, o que corresponde a 44,82%, e não votaram mais de sete milhões, correspondendo a 55,18% de abstenção.
O líder da UNITA, Adalberto Costa Júnior, já anunciou que não reconhece estes resultados e deverá agora seguir-se um período de forte contestação nos tribunais enquanto João Lourenço anunciou que a "vitória inequívoca" de 24 de Agosto lhe vai permitir governar "com toda tranquilidade".