Este retomar da atenção nos media públicos surge num comunicado da HRW sobre o 25º aniversário da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), apontando, num dos pontos destacados do extenso texto, a importância das eleições gerais de 23 de Agosto para a definição do futuro de Angola e a dificuldade que os partidos da oposição têm para merecerem a atenção dos media do Estado.
No mesmo comunicado, a HRW exorta a SADC a aproveitar as comemorações dos seus 25 anos de vida para "reafirmar o seu compromisso com a defesa dos direitos humanos entre os estados-membros".
E aponta a 37ª Cimeira dos membros da SADC marcada para 19/20 deste mês na África do Sul, com o aniversário como ponto alto, para vincar a necessidade desse compromisso.
A propósito das eleições em Angola, esta ONG global nota ainda a existência de "restrições impostas pelo Governo aos media independentes", embora sem pormenorizar que tipo de restrições.
E pede ainda às instâncias judiciais para investigarem de forma célere o ataque a elementos da UNITA no Huambo, no dia 31 de Julho, que provocou um morto de vários feridos, identificando e levando à justiça os responsáveis, fazendo questão de lembrar que "a falta de acção é uma mensagem assustadora para todos os candidatos e partidos políticos", especialmente os da oposição.
Ainda no mesmo documento, a HRW cita Dewa Mavhinga, que dirige o departamento da África Austral, dizendo que "para contribuir para a paz duradoura e a estabilidade, responder às necessidades básicas do povo, as lideranças da SADC devem, vigorosamente, implementar as ferramentas nacionais e internacionais de defesa dos direitos humanos".
No texto são ainda destacados os problemas relacionados com os direitos humanos em países como Moçambique, Zimbabué, África do Sul e Suazilândia, entre outros.