Em entrevista à revista Jeune Afrique, o presidente do maior partido da oposição defendeu a saída de Isabel dos Santos da Sonangol, porque "a sua nomeação não foi ética", para além de ter sido "muito contestada pelo povo angolano".
Apesar de prometer avaliar a gestão da actual presidente do conselho da administração da petrolífera nacional, para aferir se a companhia tem sido bem conduzida, o cabeça-de-lista da UNITA considera que "Isabel dos Santos deverá partir", sublinhando que há outras pessoas "igualmente competentes" para liderar a Sonangol.
Confiante num bom resultado eleitoral, Isaías Samakuva promete ainda criar uma nova Lei do Investimento Estrangeiro, no âmbito dos esforços de diversificação da economia.
"É preciso diversificar a nossa economia. Mas para isso precisamos de encaminhar os investidores estrangeiros para outros sectores que não o petrolífero", aponta o presidente da UNITA, salientando que no quadro actual os investidores estrangeiros não têm acesso às oportunidades, nem são totalmente livres para investir.
O cabeça-de-lista da UNITA dá como exemplo dos constrangimentos ao investimento estrangeiro as dificuldades para obtenção de vistos. "Devemos dar-lhes garantias", insiste Samakuva, reafirmando que esta é a sua última corrida às urnas.
Estas são as 4.ªs eleições por voto directo e universal desde que Angola optou pelo multipartidarismo em 1991.
As eleições gerais de 23 de Agosto contam com seis forças políticas a disputar os 220 lugares no Parlamento e ainda a eleição do Presidente da República e do Vice-presidente, que são, respectivamente, o primeiro e o segundo nome das listas apresentadas pelo círculo nacional.
Vão estar na disputa pelos votos dos 9,3 milhões de eleitores, conforme o sorteio que ditou a disposição no boletim de voto, a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), que propõe Isaías Samakuva para Presidente da República, a Aliança Patriótica Nacional (APN), cujo cabeça-de-lista é Quintino Moreira, o Partido da Renovação Social, cuja aposta para a Presidência é Benedito Daniel, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), que tem João Lourenço para substituir José Eduardo dos Santos na Cidade Alta, a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), com Lucas Ngonda a liderar a lista; e a Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), que apresenta Abel Chivukuvuku para Chefe de Estado.
O círculo nacional elege 130 deputados e os círculos das 18 províncias elegem 90, cinco deputados por cada uma delas, contando a Comissão Nacional Eleitoral com 12.512 Assembleias de Voto reunindo um total de 25.873 Mesas de Voto.