As falhas nos sistemas de saúde dos países africanos geradas pelo desvio de fundos, ou de meios humanos e equipamentos, para o combate à pandemia do Sars CoV-2 está por detrás destes mais 68.953 vítimas mortais da doença que mais mata no continente africano.
Apesar de a Covid-19 não ter em África os mesmos números em gravidade que noutros continentes, e ser este o continente onde, de longe, mais se morre por malária, especialmente crianças, os governos apostaram claramente na alocação de fundos para lidar com a pandemia enquanto o mais grave problema de saúde década após década foi colocado em segundo plano.
O relatório sobre a malária em África no ano de 2021, elaborado pela UA, pela Aliança dos Líderes Africanos contra a Malária (ALMA) e pela Parceria RBM para o Fim do Paludismo, reforça este dado histórico de ser África o foco global dos efeitos nefastos desta doença causada pelo parasita plasmodium que infecta humanos através da picada do mosquito anófeles e que pode ser +revenida com recurso a mosquiteiros ou pela anulação dos depósitos de água qye servem de "maternidade" aos insectos vectores da infecção.
Desde que a pandemia da Covid-19 começou, no início de 2020, as organizações internacionais de saúde, como a OMS, ou mesmo o UNICEF, alertam para o risco de o combate ao novo coronavírus desviar recursos essenciais para manter a trajectória descendente dos efeitos da malária.
A malária foi responsável por 11.757 mortes em 2020, último ano com registo completo, num total de quase 7,2 milhões de casos, ligeiramente menos que em 2019 que ultrapassou as 18 mil, num registo histórico decrescente que em 2021 foi limitado pela pandemia da Covid-19