A Malária matou em Angola, números de 2020, 16 mil pessoas num ano, sendo superior a 4 milhões o número de infecções, aparecendo, destacada, como a principal causa de morte no país, mas também no mundo, com mais de 400 mil mortes registados e um número superior a 220 milhões de contaminações pelo parasita em cerca de 90 países..., estando presente em praticamente todo o continente africano, com a Nigéria a ser o mais afectado.

Mas, agora, podemos estar a viver um dos últimos períodos em que esta doença ameaça milhões de pessoas em todo o mundo, todos os anos, porque a Universidade de Oxford criou uma vacina que não só promete atacar o problema pela raiz, como a R21/Matrix-M já deu provas de ser essa solução no terreno.

A Nigéria é o primeiro país africano a avançar para a sua aprovação de uso generalizado, porque a Agência Nacional para a Administração e Controlo de Alimentos e Medicamentos da Nigéria (NAFDAC) concluiu que se trata de um medicamento seguro e o número gigantesco de mortes e infecções anuais exigem uma resposta adequada à gravidade da situação.

A entidade reguladora nigeriana fez saber que, juntamente com um grupo de peritos, analisaram exaustivamente a R21/Matrix-M antes de anunciarem a sua aprovação para uso generalizado.

A razão para esta decisão, anunciou este organismo nigeriano, é que os testes concluíram que a R21/Matrix-M provou ter uma eficácia superior a 75%, o mínimo exigido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para dar luz verde a um medicamente deste tipo.

Até ao momento, apenas o Gana já tem um plano de vacinação com este antidoto, sendo a Nigéria o segundo a avançar, embora ainda não tenha sido anunciada a data para a sua disponibilização, estado o seu uso indicado para crianças dos cinco aos 36 meses, que é o grupo etário onde o risco de morte pelo parasita falciparum é maior.

Como avança a Lusa, esta é uma vacina de baixa dose que pode ser fabricada em grande escala e a um custo modesto, permitindo o fornecimento de centenas de milhões de doses aos países africanos que mais sofrem de malária, sendo que Angola é um dos mais afectados por este flagelo do terceiro mundo.

A R21/Matrix-M foi submetida a ensaios clínicos no Reino Unido, Tailândia e vários países africanos, incluindo um ensaio em curso da fase III no Burkina Faso, Quénia, Mali e Tanzânia, envolvendo 4.800 crianças.

O medicamento ainda não tem a aprovação formal da OMS, podendo isso acontecer ainda até ao final de 2023.

Não existem indicações de que Angola está a considerar a aprovação do uso desta vacina.