O processo de acreditação dos delegados de listas, a deslocação geográfica de assembleias de voto, face ao mapeamento, as deslocações de eleitores das assembleias de voto previstas para outras mais distantes dos seus locais de residência, o circuito de transmissão de dados do escrutínio e apuramento dos resultados eleitorais, a limitação do acesso à sala de escrutínio, a todos os níveis, a passividade da CNE face à falta de isenção da comunicação social pública, nomeadamente a TPA, nos seus noticiários, são alguns dos motivos que originaram esta conferência de imprensa das quatro forças políticas da oposição que ameaçam recorrer a "medidas pertinentes, com vista a repor a legalidade, legitimidade, a lisura e a justeza do processo".
"É um leque em aberto, em função da reação da CNE, todas as medidas estão em aberto, com exceção de dizer que vamos abandonar as eleições, tirando esta, todas as demais estão abertas, desde manifestações, desde qualquer outra medida que se apresente viável para resolver o problema", disse o candidato da CASA-CE à eleição indireta para vice-Presidente da República, André Mendes de Carvalho "Miau".
Para os partidos da oposição, estas são matérias "muito fracturantes e sensíveis, que não podem de maneira alguma deixar de ser discutidas e abordadas, para que o processo possa desenvolver-se com normalidade".
O representante da UNITA, Adalberto da Costa Júnior, sublinhou que o alerta visa apenas "identificar os elementos objectivos que podem incorrer numa alteração da verdade eleitoral".
"Nós não queremos antecipar soluções, estamos com uns dias de avanço a dizer que corrijam a lei, nós não queremos manifestar-nos, nós queremos que estas eleições possam ser melhores que as anteriores, em termos de transparência, por isso concertámos posições, e estamos à espera que a CNE aja, se não agir não espere que fiquemos no passado, sem fazer a pressão que deve ser feita", afirmou.
"Estamos a três dias das eleições e a CNE não está a credenciar os delegados de lista. O número de delegados de lista não credenciados é elevadíssimo", disse Adalberto da Costa Júnior, reforçando que não há nenhuma explicação aceitável para a situação.
As quatro formações políticas afirmam ter endereçado, no passado dia 9, uma carta ao presidente da Comissão Nacional Eleitoral, em que registaram estes e outros assuntos urgentes, para discussão e tratamento "com vista ao normal processo das eleições".
No dia 15, dizem, André da Silva Neto terá alegado falta de tempo, face ao aproximar das eleições, bem como falta de legitimidade dos proponentes, tendo assim recusado o encontro de trabalho com aquelas forças políticas.
UNITA, CASA-CE, PRS e FNLA fazem assim um ultimato à CNE, apontando o dia de hoje, 20 de Agosto, como limite.