Se o crescimento da procura tinha motivado os últimos aumentos da produção, agora é também o nível de preços que deve orientar a decisão do clube de produtores, cuja estratégia iniciada em Abril de 2020 em resposta à pandemia de covid-19 permitiu travar a queda dos preços, com milhões de barris retirados do mercado.
Mas, de acordo com a AFP, que cita o analista do Saxobank, Ole Hansen, a Rússia deverá pressionar para abrir as torneiras "para assegurar a sua quota de mercado", o que pode complicar o cenário.
"Se os preços elevados são bons para os cofres dos membros da OPEP+, também geram mais concorrência e encorajam outros intervenientes, não sujeitos a quotas, a entrar no mercado graças a uma produção que se tornou subitamente rentável. A pressão para arrefecer o mercado vem também de grandes consumidores, como é o caso da Índia, terceiro maior consumidor mundial de petróleo e duramente atingida pela pandemia da Covid-19, que está a exortar o grupo de produtores a reduzir a pressão inflaccionista", refere a AFP.
Os 13 membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e os seus dez aliados, através do acordo OPEP+, decidiram na altura cortar a produção de petróleo para corrigir os preços que tinham mergulhado no abismo devido à quebra na procura.
A OPEP+ retirou de circulação mais de 5 milhões de barris por dia (mbpd) como forma de equilibrar os mercados face ao impacto da crise pandémica no encolhimento do consumo a partir de Março de 2020.
No dia em que acontece esta reunião que pode voltar a baralhar os números, o barril de petróleo Brent para entrega em Setembro abriu em alta no Intercontinental Exchange Futures (ICE) de Londres, a cotar-se a 75,03 dólares, contra os 74,62 dólares na quarta-feira.