Na sua carta enviada ao Novo Jornal (NJ) no dia 25 de Janeiro (um dia antes das declarações à TV Zimbo - numa conferência de imprensa para a qual não convidou o NJ, que tem um correspondente em Benguela) em que acusa este título "de fugir à verdade", o grupo Carrinho, que invoca o direito de resposta, escreve que "o programa "É bem barato ajudar" é um projecto de responsabilidade social, uma acção voluntária, financiada pela empresa em benefício das crianças, sendo as merendas fornecidas às escolas a título gratuito".

A notícia publicada pelo Novo Jornal, que teve por base uma notícia publicada no Jornal de Angola na sua edição do dia 21 de Janeiro, em nenhum momento fala sobre o programa "É bem barato ajudar", visto que a notícia do jornal estatal, que esteve no Huambo, no acto oficial da cerimónia, também não refere em nenhum parágrafo esse "projecto de responsabilidade social, uma acção voluntária, financiada pela empresa em benefício das crianças, sendo as merendas fornecidas às escolas a título gratuito" de que fala o grupo Carrinho na sua carta.

A notícia publicada pelo Jornal de Angola cita a ministra da Acção Social, Família e Promoção da Mulher, Faustina Alves, "que falava no município do Cachiungo, no acto de lançamento da fase piloto do projecto da merenda escolar, inserida no Programa Integrado de Desenvolvimento Local de Combate à Pobreza", que afirmou que "o Executivo recebeu, do grupo Carrinho, uma proposta para o fornecimento de 200 mil lanches por dia, por um período de três anos, com uma perspectiva de cobertura geral de 996 escolas, em 53 municípios".

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A ministra fala de "uma proposta" do grupo Carrinho", e uma proposta implica um contra-valor, ou seja, um pagamento.

A ministra não fala em doação nem em oferta. Tal como não fala o administrador financeiro do grupo Carrinho, Samuel Candundo, que em nenhum momento do texto do Jornal de Angola diz que "o fornecimento de 200 mil lanches por dia, por um período de três anos, com uma perspectiva de cobertura geral de 996 escolas, em 53 municípios" é feito graciosamente e está integrado no programa de que fala a carta da empresa chegada ao Novo Jornal - "É bem barato ajudar".

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Aquilo que o Novo Jornal fez, e com base na notícia do Jornal de Angola, que esteve no Huambo, foi fazer contas: Ora, se Jornal de Angola, órgão estatal, titula que a merenda escolar "custa três milhões de kwanzas" e depois escreve que "o Executivo recebeu, do grupo Carrinho, uma proposta para o fornecimento de 200 mil lanches por dia, por um período de três anos, com uma perspectiva de cobertura geral de 996 escolas, em 53 municípios", isto quer dizer que, com base nos dados avançados pelo diário estatal, o Estado entregará 3,5 milhões de dólares por ano ao grupo Carrinho para que este assegure a distribuição da merenda escolar em 53 municípios.

Na resposta enviada ao grupo Carrinho, o Novo Jornal realça que estranha que tenha sido remetida esta carta, mas, manifesta, no entanto, inteira disponibilidade para conhecer o programa "É bem barato ajudar".

"É bem barato ajudar" ou "Valor acrescentado"? Afinal, como se chama o programa de responsabilidade social do grupo Carrinho?

Na carta recebida pelo Novo Jornal, o grupo Carrinho fala sempre no programa "É bem barato ajudar", já na conferência de imprensa, o porta-voz da empresa declara: "o programa "Valor acrescentado" é na verdade uma iniciativa do grupo Carrinho, coordenada pelo Governo, que visa promover e disponibilizar condições alimentares adequadas às várias escolas do País".

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Mais à frente, o mesmo porta-voz volta a falar do programa "Valor acrescentado" para declarar: "o grupo Carrinho estima atingir os 120 milhões de merendas no final do projecto "Valor acrescentado"".

Notícias "que não correspondem com a verdade"

Na carta remetida ao Novo Jornal, o grupo Carrinho alega, no último parágrafo, que "o Novo Jornal vem veiculando notícias que não correspondem com a verdade", ao que o Novo Jornal pediu ao grupo Carrinho que diga quais são essas notícias, na carta-resposta remetida à empresa com sede em Benguela.