O mundo vai estar reunido de 31 deste mês de Outubro a 12 de Novembro, em Glasgow, na Escócia, Reino Unido, para, pela 26ª vez desde 1995, quando ocorreu a primeira, em Berlin, na Alemanha, encontrar soluções e tomar decisões que permitam reduzir drasticamente a emissão de gases com efeito de estufa de forma a impedir que o Planeta Terra aqueça mais de 2 graus até ao fim do século.
Para isso, existe uma extensa lista de medidas que têm, COP após COP a ser enunciadas como de extrema urgência mas de tardia implementação, sendo que a principal é a questão da transição energética, que passa por substituir em poucos anos os combustíveis fósseis, especialmente o petróleo e o carvão, por energias verdes.
Mas a corrupção é um dos principais pilares deste esforço mundial menos falado porque, no âmbito das decisões nacionais, especialmente nos países menos desenvolvidos e mas expostos a ela, mina de forma trágica uma boa parte das medidas assumidas, sejam as de âmbito legislativo, desviando fundos essenciais à sua execução, seja no que diz respeito ao financiamento internacional ou local de projectos ambientais, com os desvios de verbas a diluírem os seus efeitos potenciais.
E é por isso que a Transparência Internacional - Transparency International vem agora apelar aos líderes mundiais que vão a Glasgow que "promovam a transparência, a responsabilidade e a integridade" como ferramentas de luta contra a corrupção, um dos grandes inimigos da acção global pelo ambiente.
Esta organização entende que os países presentes na COP26 devem "apresentar estratégias ambiciosas" para reduzir a emissão de poluentes, encontrar financiamento para os programas de defesa ambiental e garantir a eficácia das regras criadas local e planetárias.
Isso, ao mesmo tempo que apontam para a urgência de criar mecanismos robustos que impeçam que a corrupção continue a minar os esforços em curso através de desvio de fundos ou influenciando e defendendo interesses contrários a esta urgência planetária, porque este fenómeno permanece como um dos grandes inimigos do esforço contra o aquecimento global e as alterações climáticas que lhe estão inerentes.
A questão da corrupção tem, segundo todos os indicadores globais, raizes profundas em África e é onde as alterações climáticas tendem a ter efeitos mais devastadores.
PR a caminho de Glasgow
O Presidente da República chegou este Domingo, 31, à cidade escocesa de Glasgow, onde vai participar na COP26. Segundo a organização, com ele vão estar perto de 150 outros líderes de todo o mundo.
João Lourenço, segundo informações do Ministério das Relações Exteriores, deverá discursar na COP26 ao longo da semana.
Durante a sua presença em Glasgow, como sempre sucede, o Chefe de Estado angolano vai manter uma intensa agenda paralela para discutir com outros lideres e organizações internacionais as questões principais com que se debate, interna e externamente, como sejam, em destaque, as económicas, ou ainda a persistente situação da Covid-19, além das ambientais.
Uma das possibilidades é que João Lourenço venha a falar com os seus homólogos africanos que já avançaram com medidas mais sólidas na defesa do ambiente que Angola, onde estas são ainda ténues.
Os exemplos são extensos, desde logo a questão das queimadas, um problema sério em Angola e para as quais não estão aplicadas soluções mas que noutros países estão a ser enfrentadas de forma vigorosa, ou ainda a questão dos plásticos de uso único, como os sacos plástico ou os invólucros não reutilizáveis, que são um problema nas cidades, especialmente em Luanda, onde se acumulam às toneladas nas valas de drenagem e que acabam, invariavelmente, no mar quando chove.
Nalguns países do continente foram já implementadas medidas radicais contra os sacos plástico e outros invólucros neste material que se mantém intacto ao longo de décadas na natureza e são responsáveis, por exemplo, pela dispersão dos micro-plásticos que se espalham pelos mares de todo o mundo.