O exército israelita lançou panfletos ordenando a todos os palestinianos que abandonem a cidade de Gaza, segundo a agência noticiosa AP, enquanto o porta-voz do exército israelita em árabe, Avichay Adraee, escreveu na rede social X:"A cidade de Gaza continuará a ser uma zona de combate perigosa!".
Adraee apelou aos habitantes da capital de Gaza para "se deslocarem rapidamente" para a cidade de Deir al-Balah, no centro da Faixa de Gaza, e para a cidade vizinha de Zawayda.
Israel está a sitiar a cidade de Gaza desde o início da semana e, na segunda-feira, já tinha ordenado aos habitantes de vários bairros que se deslocassem para Deir al-Balah, onde lançou bombardeamentos nessa noite que fizeram pelo menos dois mortos - uma mãe e a sua filha.
A ordem de evacuação de hoje aplica-se a todos os bairros da capital de Gaza, onde vivem centenas de milhares de palestinianos.
O serviço de emergência do Crescente Vermelho Palestiniano afirmou que "as equipas da sala de operações estão a receber dezenas de pedidos de ajuda humanitária da cidade de Gaza sem que as equipas de ambulância consigam chegar até eles devido ao perigo das áreas visadas e à intensidade dos bombardeamentos".
Desde que o exército reforçou as suas operações na capital de Gaza e os hospitais da zona foram evacuados, todo o norte da Faixa de Gaza está praticamente sem qualquer possibilidade de prestar cuidados médicos.
Entretanto, a ofensiva israelita prossegue em todo o território, incluindo nos campos de refugiados do centro, onde terça-feira foram mortas 30 pessoas, e no sul, onde pelo menos 27 pessoas foram mortas numa escola em Khan Younis.
Só nas últimas 24 horas, 52 pessoas morreram e 208 ficaram feridas na sequência dos ataques israelitas, informou o Ministério da Saúde de Gaza, controlada pelo grupo islamita Hamas.
"A ocupação (israelita) está a deslocar a população do norte de Gaza para o sul, ignorando o pedido de regresso dos deslocados" aos seus locais de residência para chegar a um acordo de tréguas, declarou Hosam Badran, membro do gabinete político do Hamas.
Israel "não está a falar a sério sobre a possibilidade de chegar a um acordo de cessar-fogo em Gaza", afirmou.
O actual conflito resultou da resposta de Israel ao ataque dos islamitas palestinianos de 07 de Outubro, que matou, no sul de Israel, cerca de 1200 pessoas - na sua maioria civis - e raptaram cerca de 250.
Desde então, as ofensivas terrestres e os bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza causaram mais de 38.000 mortos, segundo o Ministério da Saúde do território, controlado pelo Hamas.