As situações de conflitualidade grave na República Democrática do Congo (RDC) e no Sudão, em África, e os conflitos no Médio Oriente, são as zonas que mais contribuem para esta catástrofe humanitária, com mais de dois terços dos afectados.
Os dados foram hoje revelados no mais recente estudo do Centro de Monitorização de Deslocados Internos (IDMC, sigla em inglês), uma plataforma de recolha de dados criada em 1998 pelo Conselho Norueguês de Refugiados.
Estes dados revelam que nos últimos cinco anos o número de deslocados internos cresceu perto de 50%, o que deixa claro que, além dos conflitos regionais, a questão dos desastres naturais estão a ganhar peso ano após ano na construção desta cifra trágica.
Cifra que foi alcançada somando os novos deslocados, 46,9 milhões em 2023, com os que já estavam registados em anos anteriores e se mantiveram nessa condição, sendo que, no total, pouco mais de metade estão na África Subsaariana.
Este facto põe em evidência a crescente influência das alterações climáticas nestes fenómenos, sendo que África, apesar de ser o continente menos poluente, é o que mais impactos sofre, especialmente com o efeito do El Nino na propagação de secas cada vez mais extensas e cheias cada vez mais frequentes.
Em Angola, esta situação é visível nas províncias do sul do país, com destaque para o Cunene, Kuando Kubango e Huíla (ver links em baixo nesta página)