Os riscos para a análise soberana da qualidade do crédito são mais intensos para Omã, Iraque, Angola e República do Congo por causa do limitado espaço de manobra orçamental e pelas pressões exacerbadas de liquidez, que se reflectem nos "ratings" destes países", escrevem os analistas numa nota hoje divulgada.
A Moody"s, que colocou o "rating" de Angola em análise para uma eventual revisão em baixa em Março, escreve que "o ambiente de preços do petróleo mais baixos durante mais tempo vai enfraquecer as posições externas e orçamentais de todos os exportadores de petróleo".
Os ajustamentos realizados pelos governos às políticas públicas "vão determinar a capacidade dos países soberanos de gerirem o choque", acrescentam os analistas, vincando que reduziram a previsão para a evolução do preço desta matéria-prima, antecipando agora uma média de 35 dólares por barril este ano e 45 dólares no próximo ano, o que revela uma descida de oito dólares por barril face à estimativa de Março.
"A recessão económica mais profunda que esperamos para 2020 em todas as economias avançadas e a drástica redução nas viagens, em particular, reduziram a procura por produtos petrolíferos para além das nossas estimativas anteriores", justificou o vice-presidente e analista da Moody"s, Alexander Perjessy.
Na análise, a Moody"s diz esperar um aumento do rácio da dívida pública face ao PIB para 110% entre este e o próximo ano, e um alargamento do défice orçamental para quase 5% do PIB, este ano.
A nível da política monetária, os analistas da Moody"s esperam uma "depreciação adicional" devido à descida dos preços do petróleo, depois de uma queda de 20% este ano e de 56% no ano passado.