"As forças israelitas estão a bloquear deliberadamente o fornecimento de água, alimentos e combustível, impedindo deliberadamente a assistência humanitária, aparentemente arrasando zonas agrícolas e privando a população civil de objectos indispensáveis à sua sobrevivência", escreveu a organização não-governamental (ONG) num comunicado citado pela Lusa.

A HRW lembra que, desde o ataque do Hamas a Israel, a 7 de Outubro, políticos israelitas, incluindo o ministro da Defesa, Yoav Gallant, o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, e o ministro da Energia, Israel Katz, "fizeram declarações públicas a expressar o objectivo de privar os civis em Gaza de alimentos, água e combustível".

Declarações que reflectem, segundo a HRW, "uma política que está a ser levada a cabo pelas forças israelitas".

"Há mais de dois meses que Israel tem vindo a privar a população de Gaza de alimentos e água, uma política incentivada ou apoiada por altos funcionários israelitas e que reflecte a intenção de matar civis à fome como método de guerra", regforçou o director da HRW para Israel e Palestina, Omar Shakir, que apelou aos líderes mundiais para se manifestarem "contra este abominável crime de guerra, que tem efeitos devastadores para a população de Gaza."

Nesses quase dois meses de ataques israelitas sobre Gaza, onde vivem 2,3 milhões de habitantes numa faixa de terra de apenas 40 kms de extensão por nove de largura, foram mortas mais de18 mil pessoas, 70 por cento destas crianças, mais de 8 mil, e mulheres.

Foram ainda destruídas dezenas de unidades de saúde, centros humanitários geridos pela ONU, com mais de 110 funcionários da UNRWA (ONU-Palestina) mortos e mais de 70 jornalistas, um número recorde mundial se se tiver em conta o breve tempo em que tantos profissionais da comunicação social foram mortos, em alguns casos provadamente atingidos de forma deliberada pelas forças israelitas.