A possibilidade de um comando do GUR ter estado na génese da organização do atentado ao enorme shopping e casa de espectáculos nos arredores de Moscovo, que fez 144 mortos e largas dezenas de feridos, por um comando terrorista foi assumida em Moscovo logo após ter aontecido..
Mas também foi dito que se fosse confirmada essa suspeita, levantada depois de o comando formado por elementos islâmicos do Tajiquistão, alegadamente treinados e contratados pelo GUR, a resposta do Kremlin contra a Ucrânia seria devastadora.
O director do FSB, Alexander Bortnikov, um veterano das secretas russas, que a RT aponta como sendo muito respeitado no Kremlin, veio a público dizer que, após longas investigações, é possível dar como certo que o atentado foi organizado pela secreta militar ucraniana, admitindo ainda que houve também um papel desempenhado pelo `estado islâmico".
A expectativa está agora nas esperadas palavras do Presidente Putin, ou do seu porta-voz, Dmitri Peskov, sobre esta revelação para poder perceber que tipo de resposta será dada no contexto da guerra na Ucrânia.
"A investigação continua a desenrolar-se, mas posso agora dizer com total confiança que a inteligência militar ucraniana esteve directamente envolvida no ataque" de 22 de Março, disse Bortnikov, citado pela TASS, a agência estatal russa
O chefe do FSB (ex-KGB) reafirmou que em breve estará concluída a investigação, que todos os responsáveis serão expostos e todos serão castigados sem excepção.
Para já, apenas foram detidos quatro elementos do comando tajique, logo nessa noite de 22 de Março, quando se dirigiam para a fronteira ucraniana, onde, segundo Bortnikov, estava a ser criada uma passagem segura para deixarem o território russo.
Foram ainda ouvidos como parte no processo de preparação do ataque mais oito indivíduos que os investigadores mantém sob suspeita de cumplicidade.
Certo e seguro, de acordo com as palavras de Alexander Bortnikov, é que o general Kyrylo Budanov (na foto), chefe do GUR, e que já assumiu outros ataques na Rússia, matando vários jornalistas e bloggers de guerra pró-russos, bem como Darya Dugina, a filha do filósofo e o guru de Putin, Alexander Dugin, é um dos responsáveis.
Embora uma referência do Kremlin a esta situação seja o mais relevante, é de esperar que Budanov, que já negou, de forma veemente, qualquer envolvimento ucraniano no atentado no Crocus City Hall, esteja agora, ainda mais, na mira dos misseis russos.
O envolvimento ucraniano não foi apenas negado por Budanov, foi-o igualmente pelo Governo de Zelensky, e ainda pelos seus aliados ocidentais, com especial ênfase para norte-americanos e britânicos, logo nas horas seguintes ao ataque ao Crocus City Hall.