Esta amostra continha 13 diamantes com 4,15 quilates, que, embora se trate de pequenas pedras em tamanho, são grandes em qualidade, havendo mesmo oito delas definidas como Type IIa, que é a a qualidade máxima no que diz respeito à sua cor e cristalinidade porque só é encontrada em 2% da totalidade dos diamantes encontrados em todo o mundo.

Segundo um comunicado da Lucapa, empresa que está representada em bolsa na Austrália e que tem a sua valorização dependente dos resultados obtidos nas explorações que controla, estes 13 exemplares, que somam 4,14 quilates, "representa o maior número de diamantes recuperado de qualquer amostra de kimberlito na área de Canguige até ao momento".

A maior gema classificada como Type IIa, das oito encontradas com esta definição, nesta amostra única de Canguige, tinha 0,59 quilates, considerando a empresa australiana que se trata de um "resultado extraordinário" devido à quantidade de pedras de qualidade recuperadas na amostra.

O CEO da Lucapa, Stephen Wetherall, citado no documento, sublinhou que esta "rara descoberta de oito diamantes com esta qualidade numa única amostra" evidencia o porquê da importância que se está a dar a esta área de Canguige no couto mineiro do Lulo.

Esta descoberta, no entanto, está longe de ser uma novidade no Lulo, porque foi dali que saiu o maior diamante alguma vez encontrado em Angola, em 2016, com 404 quilates (na foto), que a então empresa de Isabel dos Santos, falida entretanto, a suíça de Grisogono, adquiriu por 16 milhões USD e que, após lapidado, foi transformado numa jóia que acabou leiloada pela Christie"s por 34 milhões USD.

O Lulo é ainda a fonte dos 5 maiores diamantes encontrados em Angola, quatro destes com mais de 200 quilates, o que faz desta mina a "jóia da coroa" da indústria diamantífera angolana, embora nem de perto nem de longe se compare à gigante Catoca, na Lunda Sul, que conta com o 4º maior kimberlito do mundo e de onde é extraída a parte de leão dos mais de 9 milhões de quilates anuais, ou 7% de todos os diamantes produzidos anualmente.

O Lulo começou a produzir diamantes em 2016 e, desde então, são raros os meses em que estes 3.000 km2 de exploração não surpreendem o mundo com pedras raras e únicas, o que permitiu que, logo no ano de arranque, fosse a mina que proporcionou o valor mais alto por quilate, 2. 983 USD, em todo o mundo.

Mas, desde então, os diamantes deste pequeno canto mágico da Lunda Norte tem-se mantido, ano após ano, no topo das minas com o quilate mais valorizado do mundo.

A sucessão de notícias produzidas pelo Novo Jornal desde que esta mina foi aberta demonstra bem a sua importância para a indústria diamantífera nacional, podendo estas ser revisitadas na lista que pode ser encontrada em baixo.