Segundo dados oficiais da empresa australiana, cotada em bolsa, e, por isso, obrigada a prestação periódica de contas, as vendas caíram 43 % em termos homólogos no terceiro trimestre de 2023, para 14,6 milhões de dólares.
Ao mesmo tempo, as vendas em quilates caíram 24%, para 15,493 quilates e a produção perdeu 20%, para 16,588 quilates, o que, no conjunto, segundo informou a Lucapa, os dividendos caíram mais de 50%, para 9,1 milhões.
Mas há uma razão para estes fracos números da empresa australiana que revolucionou a indústria angolana, quando chegou ao país em 2016, fazendo Angola saltar para os palcos desta indústria especiosa, com, naquele ano, a origem dos quilates melhor pagos no mundo, chegando quase aos 3 mil USD, especialmente devido à qualidade e aos tamanho das "pedras" encontradas nos mais de 3.000 kms2 da sua exploração até agora quase exclusivamente de aluvião.
Em nota a Lucapa explica os resultados do período também porque foram mantidos em stock 2,300 quilates para venda em Outubro, incluindo sete gemas excepcionais, o que quer dizer que se trata de diamantes com mais de 10,8 quilates, somando em conjunto 535 quilates, que vieram a render mais de 15 milhões USD, o que deverá vir a compensar no quatro trimestre, quando forem fechadas as contas finais do ano.
Citado pelo site Rapaport o director executivo da Lucapa, NIck Selby disse que os diamantes de grande qualidade e tamanho produzidos pela empresa no Lulo "continuam a ter grande procura e por preços elevados quando comparados com os de menor dimensão e qualidade em uso pelos joalheiros"
Recorde-se que a mina do Lulo ganhou projecção mundial ao ter conseguido arrancar do seu couto mineiro na Lunda Sul, quase exclusivamente, de aluvião, um diamante de 404 quilates, que foi adquirido por 16 milhões de dólares pela de Grisogono, a joalheiro suíço de luxo de Isabel dos Santos, que, depois, foi transformado numa rara jóia de 163 quilates e que lhe valeu em leilão quase 34 milhões USD.
Depois deste achado sem precedentes nos mais de cem anos de indústria diamantífera em Angola, o Lulo voltou a brilhar intensamente somando os cinco maiores diamantes de sempre no país, o que valeu a Angola uma projecção neste cobiçado mercado como nunca tinha observado (ver linsk em baixo nesta página).
Hà, alias, uma história curiosa sobre uma estrada de diamantes no Lulo, que pode ser revisitada aqui.