Com 150 quilates e uma qualidade de topo, "D-Color Type IIa", este diamante vai directo para a montra dos mais importantes extraídos em Angola nos últimos anos, embora não figure no top 5 dos maiores, cuja lista continua encabeçada pelo gigante de 404 quilates extraído em 2016.
Alias, os 10 maiores diamantes alguma vez encontrados em Angola, desde que esta indústria existe (ver links em baixo nesta página), embora inicialmente de forma rudimentar, há mais de 120 anos, foram todos extraídos no Lulo.
Com esta pedra de grande qualidade e valor, a Lucapa Diamond Company, com sede na Austrália, que gere o Lulo com a Endiama e a Rosa & Pétalas, esta com menor quota na mina, volta a colocar Angola na montra mundial dos grandes produtores de diamantes de qualidade e valor.
Recorde-se que este diamante tem 150 quilates mas o mercado considera como gema especial todos os que possuem acima de pouco mais de 10 quilates, e que cada quilate corresponde a 200 miligramas (0,20 gr).
Segundo comunicado da empresa australiana, cotada em bolsa, esta descoberta foi feita no bloco 28 do couto mineiro do Lulo, sendo o quinto com mais de 100 quilates a sair desta porção de terreno, quase integralmente de exploração em aluvião.
Apenas em 2022, do Lulo brotaram cinco gemas com mais de 100 quilates, sendo um deles com 160.
Uma história de sucesso para a Lucapa
A mina do Lulo, na Lunda Norte, que ficou conhecida em todo o mundo pelas descobertas de diamantes gigantes de grande qualidade desde que abriu, em 2016, é a principal responsável pelos substanciais lucros que a Lucapa Diamond Company, a empresa australiana que gera esta exploração diamantífera angolana, registou em 2022.
O quarto trimestre de 2022 foi especialmente lucrativo para a Lucapa, tendo as gemas extraídas no Lulo, a mina que mais brilhou em Angola na última década (abriu em 2016), contribuído de forma decisiva para estes resultados, aproveitando, informou a empresa com sede em Perth, Austrália, o florescente mercado dos diamantes em bruto neste período.
Com duas explorações em África de grande valor, o Lulo, em Angola, e Mothae, no Lesoto, a Lucapa tem tido um papel de primeira linha nos mercados internacionais de qualidade (ver links em baixo nesta página), muito devido aos gigantes que tem conseguido encontrar na mina angolana, que tem ainda como sócios a Endiama e a Rosa & Pétalas, onde se destaca o mais importante de sempre desde que há indústria diamantífera em Angola, com 404 quilates, em 2016.
Além deste "monstro" de 404 quilates, que foi vendido à então suíça de Grisogono, de Isabel dos Santos, por 16 milhões USD, tendo, depois sido transformado numa jóia rara de 163 quilates, que valeu em leilão da Christie"s 37 milhões USD, o Lulo, foi ainda responsável pelos cinco maiores diamantes alguma vez extraídos em solo nacional, todos acima de 200 quilates.
No último 1/4 de 2022, as vendas da Lucapa subiram 39%, para 41 milhões USD neste período, avança a empresa e nota aos mercados, tendo o preço médio por quilate atingido os 2.707 dólares, valor significativo mas aquém do recorde conseguido em 2016, de 2.983 USD por quilate, preço inigualado em lado nenhum do mundo nesse ano.
O Lulo é desde que abriu a exploração mineira com valor por quilate maior em Angola, embora esteja muito longe em quantidade extraída no país, com o destaque nesse capítulo a ir para a Catoca, que é o 4º maior kimberlito do mundo, responsável por 75% de todos os diamantes produzidos no país.
O Lulo correspondeu a 36,2 milhões USD das vendas da Lucapa, que somou no período 41 milhões, com destaque para os sete diamantes excepcionais, incluindo um rosa, que valeram mais de 20 milhões de dólares norte-americanos em leilão internacional realizado em Luanda pela Sodiam.
Recorde-se ainda que esta mina é essencialmente de aluvião, sem exploração directa no kimberlito de origem das suas pedras, estando a empresa a investir na procura do local por onde os diamantes maiores encontrados em Angola saíram das entranhas da terra para o exterior, de onde foram arrastados pelas águas dos rios e das chuvas para o local onde estão agora a ser desenterrados pela Lucapa e seus associados.
A surpresa de ali encontrar tais gigantes foi de tal modo que a Lucapa Diamond Company resolveu, pouco depois de abrir esta exploração, voltar a passar a pente fino uma estrada construída no couto mineiro porque à altura não possuía a tecnologia adequada para encontrar diamantes de grandes proporções, como pode ler aqui.