Foi uma esmagadora maioria de 153 países, onde está incluída Angola, que, numa Assembleia-Geral extraordinária, votou a resolução a exigir um cessar-fogo humanitária imediato em Gaza, de forma a evitar uma das maiores tragédias vividas pela Humanidade em décadas, gerada pelos quase ininterruptos bombardeamentos de Israel sobre aquele território de 365 kms2 e com uma das maiores densidades populacionais do mundo, cerca de 6500 habitantes por km2.
Dos 54 países africanos, apenas a Libéria e o Ruanda votaram contra esta resolução, que exigia ainda, além do cessar-fogo imediato, a libertação incondicional dos reféns israelitas nas mãos do Hamas, ao lado de Israel, EUA, Áustria, Chéquia, Guatemala, Nauru, Micronésia, Papua Nova Guiné e Paraguai, havendo ainda 23 abstenções, onde se destacam o Reino UNido e a Alemanha, os dois mais acérrimos aliados europeus de Telavive, e os africanos Cabo verde, Togo, Sudão do Sul, Guiné Equatorial e Malawi
Esta resolução, que não tem, como teria a que foi votada no Conselho de Segurança se os EUA não tivessem exercido o seu direito de veto, carácter vinculativo, tem, todavia, um peso simbólico que Telavive não pode ignorar, porque Israel está claramente a perder a "guerra" da sensatez, como o seu maior aliado, e garante de apoio em armamento e financeiro sem restrições, os EUA, tem vindo a avisar, com o Presidente Joe Biden a ir mais longe que nunca nas últimas horas ao afirmar que "Israel está a começar a perder apoio para o indiscriminado bombardeamento de Gaza".
Isto quando os bombardeamentos israelitas, que começaram imediatamente e de forma brutal e indiscriminada, contra as zonas habitacionais de Gaza, logo a 07 de Outubro, dia em que o braço-armado do Hamas, as Brigadas Al Qassam, e a Jihad Islâmica, lançaram um aterrador assalto ao sul de Israel, apanhando, de forma surpreendente e suspeita, as forças de defesa, incluindo a sua intelligentsia militar, AMAN, do interior, Shin Bet, e internacional e operações especiais, Mossad, deixando um rasto de terror e mais de 1200 mortos entre cidadãos israelitas civis, militares e imigrantes asiáticos.
Nesses quase dois meses de ataques israelitas sobre Gaza (ver links em baixo nesta página), onde vivem 2,3 milhões de habitantes numa faixa de terra de apenas 40 kms de extensão por nove de largura, foram mortas 18 mil pessoas, 70 por cento destas crianças, mais de 8 mil, e mulheres.
Foram ainda destruídas dezenas de unidades de saúde, centros humanitários geridos pela ONU, com mais de 110 funcionários da UNRWA (ONU-Palestina) mortos e mais de 70 jornalistas, um número recorde mundial se se tiver em conta o breve tempo em que tantos profissionais da comunicação social foram mortos, nalguns casos provadamente atingidos de forma deliberada pelas forças israelitas.