As três juntas militares que governam em Bamako, Ouagadougou e Niamey, e que romperam de forma abrupta e violenta os laços históricos com a antiga potência colonial, a França, abraçando a Rússia como pilar da suas relações externas, não aceitam as regras impostas pela organização sub-regional, que fdizem estar às ordens de Paris e dos interesses ocidentais.
Esta decisão ganhou foro de caso único no mundo com os três governos a emitirem ao mesmo tempo, nas respectivas estações de tv nacionais, a declaração que garantem ter sido elaborada em total autonomia e soberania.
Nesse documento é deixado explícito que a CEDEAO, no entender das respectivas juntas militares, se desviou dos ideais da sua fundação, em 1975, e dos pan-africanistas que lutaram contra o colonialismo, porque entendem que se posicionou a favor dos interesses da França e do ocidente.
Esta decisão não foi uma surpresa total para os analistas que seguem de perto esta cisão diplomática da África Ocidental com a França, porque se seque a longos meses de tensão e acusações mútuas, de onde sobressaem as ameaças da CEDEAO, com a Nigéria a liderar essa posição, em intervir militarmente no Níger após o golpe militar que destronou o Presidente Mohamed Bazoum, a 26 de Julho do de 2023.
O poder em Niamey foi assumido pelo Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CNSP), com o genaral Abdourahamane Tchiani a assumir a direcção deste grupo de 11 oficiais, e não escondeu ao que vinha logo após o golpe, que era destronar a teia de interesses franceses que comandavam o país praticamente deste a sua independência.
Com uma vaga gigantesca de ataques terroristas nos seus territórios, estes três países acusam a CEDEAO de estar mais preocupada em defender os interesses de estrangeiros que ajudar a combater os grupos jihadistas, quase todos ligados ao `estado islâmico" ou à al qaeda do Magrebe.