Nikolai Petrushev explicou, a partir de Moscovo, que só existe um desfecho escrito para esta guerra na Ucrânia inciada a 24 de Fevereiro, quando as colunas russas avançaram sobre as fronteiras com a Ucrânia, e que é "cumprir cabalmente todos os objectivos definidos" por Putin.

"Nem poderia ser de outra forma", disse e acrescentou Petrushev que "a verdade histórica está do lado da Federação Russa", deixando ainda como facto que esta intervenção militar russa no país vizinho, "não tem prazos nem poderia ter" para ser concluída.

Esta certeza sobre o desfecho do conflito por um dos mais intervenientes dirigentes russos na área da Defesa emerge de um contexto circunstancial em que as forças do Kremlin estão a somar vitórias territoriais em lugares fulcrais para a conquista integral do Donbass, região constituída pelas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk, no leste ucraniano, um dos tais objectuvos mais vincados por Putin quando lançou as suas tropas sobre a Ucrânia.

Esses avanços, segundo os media com jornalistas no terreno, estão a ser mais vincados na área de Severodonetsk, cidade que está cercada pelas forças russas e que, quando cair em definitivo, apesar de avanços e recuos forçados pela feroz resistência ucraniana, deixara a República Popular de Lugansk totalmente nas mãos das forças do Kremlin e das milícias locais pró-russas.

Tanto Lugansk como Donetsk viram a sua independência reconhecida, apenas por Moscovo, dias antes da invasão da Ucrânia e depois de oito anos de persistentes combates, que resultaram em 14 mil mortos, entre as milícias independentistas e as forças leais a Kiev, tendo essa sido uma das razões cimeiras com que Putin justificou a intervenção militar em curso.

Apesar destes ganhos territoriais russos, a Ucrânia tem, com massivo apoio norte-americano, seja com armamento diverso e pesado, seja financeiro, mais de 53 mil milhões USD desde o início da guerra, garantias de manter a resistência à ocupação, não só militar como através das sanções que os países ocidentais estão a impor à Rússia, sendo que a mais agreste é sobre a exportação de hidrocarbonetos, que rendem mais de 750 milhões USD por dia a Moscovo e é com esse dinheiro que Kiev diz que está a ser financiada esta guerra.

As colateralidades económicas do conflito

Sobre o denominado 6º pacote de sanções da União Europeia, onde deverá estar incluído o embargo ao petróleo russo, o entrave está a partir de países como a Hungria, que não possuem alternativas de fornecimento aos oleodutos e gasodutos oriundos da Rússia, e ameaçam vetar essa vertente das sanções.

Apesar da recusa da Hungria, o embargo europeu ao crude russo poderá estar definido dentro de duas semanas, mais tardar, segundo o ministro alemão da Economia, Robert Habeck, admitindo que isso ainda não esta consensualizado dentro da União Europeia.

E não está consensualizado devido ao forte impacto social e económico do corte das importações de energia russa, do crude mas, essencialmente, do gás, do qual dependem as grandes economias europeias, embora esse processo esteja bastante mais atrasado porque conta com a resistência de gigantes como a Alemanha.

Exemplo claro disso é a galopante inflação, com o preço dos alimentos e dos combustíveis a baterem recordes históricos, até ao crescente desemprego, na Europa, ao que, nos EUA se soma o risco claro de receção, com consequências sociais - protestos e greves a sucederem-se - e políticas, sendo disso o melhor exemplo a derrota pesada do partido conservador do primeiro-ministro britânico Boris Johnson, o "falcão" mais aguerrido e defensor da continuação da guerra na Ucrânia e detonador de todos os avanços no campo negocial, mas também já em eleições regionais na Alemanha e a forte subida dos candidatos Presidenciais desalinhados do apoio ao confronto militar em França, com riscos de isso voltar a suceder agora com as eleições legislativas marcadas para Junho.

Mas a grande frente de batalha desta guerra na Ucrânia não está já localizada em território europeu, é nos continentes africano e asiático que se soma a tragédia da inflação com as perturbações políticas que vão dar num crescimento histórico da insegurança alimentar devido a um conjunto de factores que passam pela crescente dificuldade de acesso aos cereais que até ao início do conflito eram exportados pela Rússia e pela Ucrânia, os dois maiores, cerca de 30%, produtores mundiais.

A isso acresce o facto de Ucrânia e Rússia - ambos os países fecharam as exportações por razões de segurança nacional - serem igualmente, com a Bielorrússia, os maiores fornecedores de fertilizantes do mundo, sem os quais as culturas nestes continentes, ao que se soma a América Latina, são substancialmente reduzidas, seja por escassez, seja por estarem inacessíveis devido ao elevado preço que estão a atingir.

Sanções levam Moscovo a fechar a porta ao ocidente e a abrir as janelas ao oriente

Apesar de Vladimir Putin ter dito, na segunda-feira, durante um encontro em Moscovo com o seu homólogo bielorrusso, Alexander Lukashenko, que a Rússia está a aguentar "muito bem" as sanções ocidentais, virou claramente a agulha para oriente, apostando no reforço das relações comerciais com a China e a Índia, mas também com África e América do Sul, ameaçando mesmo os países ocidentais de uma criteriosa selecção se um dia estes, depois de acabada a guerra, quiserem retomar as relações com Moscovo.

Isso mesmo foi dito nas últimas horas pelo ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, que, respondendo a questões colocadas numa conferência sobre o tema, explicou que Moscovo está focada em, cada vez mais, fortalecer laços com a China, sublinhando que, no futuro vai considerar de forma resoluta a possibilidade de recusar, ou se o fizer será com condições claras e inequívocas sobre os propósitos e os objectivos, a retoma das relações com o ocidente.

Para já, depois de Moscovo ter, em sentido contrário, vergado a generalidade dos países europeus à sua condição de terem de pagar o gás russo em rublos, a moeda nacional, que está a valorizar, por isso, em valores recorde e já muito acima do que valia face ao dólar e ao euro antes da guerra, o que a Rússia está a fazer é, explicou Lavrov, "substituir os produtos importados de países ocidentais.

"Vamos em breve ser independentes em todos os sectores de bens importados de países ocidentais", garantiu o chefe da diplomacia do Kremlin.

Estas declarações de Lavrov, recorde-se, encaixam como uma peça de lego no que disse o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, pouco depois do início da guerra na Ucrânia, sobre as relações "sólidas como uma rocha" entre Moscovo e Pequim, e que ambos os Governos estão empenhados em fortalecer ainda mais esse relacionamento, o que é demonstrado pelo crescimento volumoso das exportações de crude e carvão russos para a China enquanto, no global, as transacções comerciais entre ambos está a crescer a um ritmo historicamente inigualável.

Apesar das tentativas de países como os Estados Unidos, o Reino Unido ou a União Europeia, em forçar a Índia a afastar-se da Rússia, reduzindo as importações de crude e de armamento e diminuindo as exportações de bens como alimentos e maquinaria, os números demonstram que "que sucede é o contrário, com um crescente volume de negócios entre Moscovo e Nova Deli.

Este cenário conduz, de forma clara, para aquele que é um objectivo declarado do eixo Pequim-Moscovo e que passa pela construção de uma nova ordem mundial, multipolar, contrariando a que existe hoje e que é determinada pelo poderio surgido no pós-II GM, com domínio ocidental dos EUA, e que tem como "espadas" instituições como o Fundo Monetário Internacional ou o Banco Mundial, mas também a ONU.

Os BRICS, uma organização criada em 2006 por iniciativa da China, que agrega, sendo esse o seu acrónimo, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, são, como se pode entender das múltiplas declarações dos governos chinês e russo, a possível base para forçar à criação de uma nova ordem mundial, contrariando a hegemonia ocidental, porque, no seu conjunto, e com a possibilidade de se juntar a este objectivo outros países importantes, como a Indonésia ou a Arábia Saudita, contam com mais de 1/3 da Humanidade e mais de 50% do PIB mundial.

Biden na Ásia para desmantelar a máquina chinesa

Neste complexo "grand jeu" que envolve EUA e China na nova "guerra mundial" pela hegemonia em diversas frentes mas principalmente económica e militar, alguns analistas apontam para uma fase historicamente escaldante da História que está a ser vivida "em directo" e que passa pela ofensiva planeada há décadas dos Estados Unidos e dos seus aliados ocidentais, para travarem o avanço chinês, desde logo no Indo-Pacífico, mas globalmente marcante, como em África ou na América Latina, e mesmo na Europa.

Para isso, admitem estes analistas, como os major-Generais Agostinho Costa, do EuroDefense, e Carlos Branco, investigador do Instituto Português de Relações Internacionais (IPRI), da Universidade Nova, os EUA precisam anular a Rússia, sendo esta guerra da Ucrânia um meio de o fazerem, desgastando Moscovo económica e militarmente através de um longo conflito alimentado com envio de equipamento e biliões de USD mas sem colocar tropas no terreno, de forma a que este gigante militar mas débil potência económica, não esteja em condições de ajudar a China quando chegar o momento de Washington virar a mira para Pequim.

Isso, porque o eixo Pequim-Moscovo, com base no seu poderio militar e comercial e fontes de matérias-primas inigualáveis e essenciais, é o único que é forte suficiente para nele assentar uma frente de peso semelhante num embate com os EUA e os seus aliados europeus/ocidentais, incluindo Japão e Austrália, pelo domínio global que hoje é detido por Washington através da manutenção do dólar como moeda franca mundial e pelo seu poderio militar espalhado em esquadras navais pelos sete mares.

Foi com base neste contexto que o Presidente dos EUA, Joe Biden, este fim-de-semana, no Japão, abriu nova hostilidade com a China ao dizer que nºao hesitaria em enviar forças militares norte-americanas para apoiar Taiwan caso Pequim avance com uma invasão para retomar o controlo sobre a ilha rebelde desde 1949.

Mesmo depois de a Casa Branca ter vindo procurar diluir o peso do que Biden disse, explicando em segundas núpcias que o que esse queria dizer é que os EUA enviarão equipamento militar para Taipé, a verdade é que Pequim não resfriou a resposta e avisou, através do seu porta-voz do Ministérios dos Negócios Estrangeiros, que "ninguém deve colcoar em dúvida a determinação do povo chinês".

"Que ninguém subestime a firmeza e a determinação da China, que ninguém ouse desafiar a firme vontade e capacidade da China e do seu povo para defender a sua integridade territorial e a sua soberania", atirou um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China a Joe Biden.

Wang Wenbin disse ainda ao Presidente dos EUA para que não se exponha desnecessariamente ao risco de estar a "mandar sinais errados" aos independentistas de Taiwan, porque a determinação do povo chinês é insuperável. E nada pode beliscar o princípio de "uma só China" que Washington aceita e, por isso, deixou de ter relações diplomáticas formais com Taipé, embora sejam o grande fornecedor de equipamento militar à ilha rebelde.

Desconfiança que vem de longe

Para evitar uma perda de controlo da situação, os dois lideres das duas maiores economias do mundo, cuja possibilidade é agora mais real que nunca, como o demonstram as sucessivas notícias de que a China está numa desenfreada corrida ao armamento avançado, investindo como nunca em tecnologia militar, enquanto os EUA, por exemplo, procuram cercear os caminhos ao "Império do Meio", como também é conhecido o gigante asiático, seja através de novas alianças no Pacífico, como a Aukus, que junta americanos, australianos e britânicos, seja através de ameaças directas, como aaba agora de suceder.

Mas estas declarações explosivas de Biden não surgem sem um contexto preparatório, como é o facto de terem arquitectado uma nova aliança estratégica que abrange a região do indo-pacífico, como o Novo Jornal explica aqui, formalizada em Setembro de 2021, e que passa, no essencial, por militarizar a Austrália com submarinos nucleares e outro armamento de ponta para que Camberra possa ser um travão a uma eventual procura de expansão chinesa nesta região.

Mas o cerne da questão está bem mais próximo da fronteira chinesa, alias, está no interior da China, como entende Pequim, que olha para Taiwan como parte do seu território indivisível, enquanto Taipé diz amiúde que antes a morte que tal sorte, estando em constante reforço da sua capacidade militar para fazer frente a "uma inevitável" invasão chinesa para repor a "normalidade".

O problema é que a capacidade militar de Taiwan é quase em exclusivo fornecida pelos EUA, que, apesar de reconhecerem por defeito que esta ilha "rebelde" é pertença da China, nunca deixou de a apoiar fora da diplomacia formal das Nações Unidas e se constituiu há décadas como protector geral do antigo bastião de Chiang Kai Chek, que em 1949 se refugiou na ilha em fuga dos revolucionários de Mao Tse Tung durante a guerra civil chinesa.

E com Taiwan surge o problema de todo o Mar do Sul da China, onde está em disputa a jurisdição sobre um largo conjunto de ilhas e ilhéus, envolvendo não só a China mas ainda Taiwan, Vietname, Brunei, entre outros... e onde os EUA mantém uma significativa presença militar que Pequim encara como uma ameaça à sua soberania.

E é neste contexto que Biden e Jinping se sentaram à mesa para dialogar pela última vez em finais de 2021... via telefone, fazendo depois deixar sair detalhes da conversa, como o insistente pedido de Xi a Biden para que este prefira relações entre ambos "sãs e estáveis" e Biden, concordando, apontou como solução a criação de mecanismos profilácticos para eventuais conflitos.

Isto, sublinhe-se, ainda a quase quatro meses do conflito na Ucrânia.

Através da agência estatal chinesa, Xinhua, ficou, então, a saber-se que o líder chines defendeu que "China e Estados Unidos devem respeitar-se mutuamente, coexistir em paz, cooperar, gerir de forma apropriada os assuntos internos e assumir as suas responsabilidades internacionais".

Xi JInping disse ainda "estar preparado" para "construir consensos" e "dar passos" para recuperar as relações bilaterais com os EUA em diálogo franco com Biden.

Já Biden, a partir de Washington sublinhou que "a competição entre os dois países não deve transformar-se num conflito, intencional ou não".

Para já, certo, certo é que esse conflito será um facto se Pequim optar pela ocupação militar para resolver o seu problema de Taiwan.

O reforço da capacidade de combate de Moscovo

Sem que as autoridades militares russas o tenham desmentido, para a frente de combate, o Kremlin está a enviar largas dezenas de milhares de homens das unidades militares do centro e do oriente da Rússia, de forma a reforçar o poderio militar russo no Donbass, onde decorre aquela que os dois lados já admitiram que é a batalha decisiva, ou batalhas, desta guerra e que os especialistas miliares definem como sendo a expulsão das forças ucranianas das repúblicas independentistas de Donetsk e Lugansk, e a ligação terrestre entre o Donbass e a Península da Crimeia, o que daria a Moscovo o controlo sobre todo o Mar de Azov e uma boa parte do Mar Negro.

Segundo as informações disponíveis, e dependendo das fontes, do lado russo podem estar entre 120 e 160 mil militares em avanços lentos nas frentes de combate, com reforços permanentes vindo da Rússia, procurando, tanto de sul, como de Norte, avançar e cercar as entre 80 e 100 mil tropas ucranianas, que se concentram na frente do Donbass.

O foco das forças russas é não só expulsar os ucranianos das "suas" repúblicas do Donbass (Donetsk e Lugansk) como garantir que cortam a capacidade de os aliados de Kiev conseguirem fazer chegar o material militar, desde os mísseis anti-aéreos e anti-carro, Javelin e Stinger, às viaturas blindadas enviadas pelos EUA e aliados ocidentais, para o que estão a empregar centenas de mísseis de longo, médio e curto alcance, mas com forte precisão, como os M-54 Kalibr, que estão a ser disparados dos navios estacionados no Mar Negro e da Crimeia, e os 9K-720 Iskander, de menor alcance mas mais manobráveis porque podem ser deslocados em viaturas de rodas nas imediações do campo de batalha.

Com este armamento sofisticado, os russos estão a visar vias férreas, pontes e aeródromos ou mesmo aeroportos, como sucedeu na passada semana, em Odessa, onde o aeroporto desta que é uma das maiores cidades do país, foi parcialmente destruído porque ali estava armazenada grande quantidade de equipamento militar enviado do exterior pelos países da NATO.

Já os ucranianos, sem capacidade de acção aérea, procuram, através dos meios sofisticados que estão a receber dos seus aliados, com realce para os mísseis antiaéreo e anticarro Stinger e Javelin, cuja eficácia tem forçado as colunas russas a refrear os avanços, e que podem ser o factor de equilíbrio neste conflito, não só atrasar o avanço russo para os seus objectivos como ganhar tempo de forma a desgastar as forças russas a ponto de conseguir que o Kremlin aceite negociar de forma mais vantajosa para Kiev.

Nos últimos dias, as unidades de combate ucranianas retomaram a cidade de Kahrkiv, a apenas 50 kms da Rússia, no norte da Ucrânia, chegando mesmo à fronteira do país vizinho. No entanto, esta reconquista ucraniana por não ter grande valor militar porque as forças russas, segundo alguns analistas, só permaneciam na cidade como forma de fixar forças ucranianas mantendo-as afastadas do foco principal da guerra, que é a região do Donbass.

Contexto da guerra na Ucrânia

A 24 de Fevereiro as forças russas iniciaram a invasão da Ucrânia por vários pontos, tendo o Presidente russo dito que se tratava de uma "operação especial", sublinhando que o objectivo não é a ocupação do país vizinho mas sim a sua desmilitarização e assegurar que Kiev não insiste na adesão à NATO, o que Moscovo considera parte das suas garantias vitais de segurança nacional, criticando fortemente o avanço desta organização de defesa para junto das suas fronteiras, agregando os antigos membros do Pacto de Varsóvia, organização que também colapsou com a extinção da URSS, em 1991.

Moscovo visa ainda garantir o reconhecimento de Kiev da soberania russa da Península da Crimeia, invadida e integrada na Rússia, depois de um referendo, em 2014, e ainda a independência das duas repúblicas do Donbass, a de Donetsk e de Lugansk, de maioria russófila, que o Kremlin já reconheceu em Fevereiro.

Do lado ucraniano, a visão é totalmente distinta e Putin é acusado de estar a querer reintegrar a Ucrânia na Rússia como forma de reconstruir o "império soviético", que se desmoronou em 1991, com o colapso da União Soviética.

Kiev insiste que a Ucrânia é una e indivisível e que não haverá cedências territoriais como forma de acordar a paz com Moscovo, sendo, para o Presidente Volodymyr Zelensky, essencial o continuado apoio militar da NATO.

A organização militar da Aliança Atlântica está a ser, entretanto, acusada por Moscovo de estar a desenrolar uma guerra com a Rússia por procuração passada ao Exército ucraniano, o que eleva, segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, o risco de se avançar paara a III Guerra Mundial, com um confronto directo entre a Federação Russa e a NATO, que tanto o Presidente dos EUA, Joe Biden, como o Presidente Vladimir Putin, da Rússia, já admitiram que se isso acontecer é inevitável o recurso ao devastador arsenal nuclear dos dois lados desta barricada que levaria ao colapso da humanidade tal como a conhecemos.

Esta guerra na Ucrânia contou com a condenação generalizada da comunidade internacional, tendo a União Europeia e a NATO assumido a linha da frente da contestação à "operação especial" de Putin, que se materializou através de bombardeamentos das principais cidades, por meio de ataques aéreos, lançamento de misseis de cruzeiro e artilharia pesada, e com volumosas colunas militares a cercarem os grandes centros urbanos do país, mas que agora está concentrada no leste e sudeste da Ucrânia.

Na reacção, além da resistência ucraniana, Moscovo contou com o maior pacote de sanções aplicadas a um país, que está a causar danos avultados à sua economia, sendo disso exemplo a queda da sua moeda nacional, o rublo, que chegou a ser superior a 60%, embora já tenha, entretanto, recuperado.

Estas sanções, que já levaram as grandes marcas mundiais a deixar a Rússia, como as 850 lojas da McDonalds, a mais simbólica, abrangem ainda os seus desportistas, artistas, homens de negócios, a banca e grande parte das suas exportações, ficando apenas der fora o sector energético, gás natural e petróleo...

Milhares de mortos e feridos e mais de 4,5 milhões de refugiados nos países vizinhos da Ucrânia são a parte visível deste desastre humanitário.

O histórico recente desta crise no leste europeu pode ser revisitado nos links colocados em baixo, nesta página.